O BALAÃO DA IGREJA MARANATA E SUAS MALDIÇÕES

O BALAÃO DA IGREJA MARANATA E SUAS MALDIÇÕES

5 de abril de 2023 3 Por Sólon Pereira

Como o pardal que voa em fuga, e a andorinha que esvoaça veloz, assim a maldição sem motivo justo não pega. (Provérbios 26:2)

No ano de 2012, um pastor da Igreja Cristã Maranata decidiu denunciar os desvios de recursos que estavam ocorrendo na cúpula da igreja. Diversos foram os crimes apurados pelo Ministério Público depois desta denúncia, a exemplo de fraudes contábeis, crimes fiscais, estelionato, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, ameaças a testemunhas, entre outros.

Quando as denúncias chegaram ao conhecimento público, por meio de e-mails, muitas pessoas de bem ficaram indignadas e começaram a manifestar repúdio a tudo o que vinha se passando na cúpula da Igreja Maranata.

Em vez de apresentar formalmente um pedido de perdão aos membros que se sentiram lesados, Gedelti Victalino Teixeira Gueiros, Presidente e Fundador da Igreja Cristã Maranta, preferiu atacar os denunciantes, como se fossem os bandidos da história. E, para fazer com que os membros da igreja gerassem um sentimento de repulsa em relação aos denunciantes e não em relação aos corruptos, Gedelti, em um dos seminários da igreja, com a participação de mais de 3.000 pessoas, revelou que o seu desejo era ver a morte dos denunciantes.

Seu desejo era que os denunciantes recebessem um juízo de Deus por degolamento ou que morressem de modo trágico ou de doenças graves.

Vejam a seguir o que disse Gedelti Gueiros:

“Às vezes o irmão diz assim: pois é Senhor… porque o Senhor num… olha Senhor porque o Senhor num amassa esse pessoal todo que está contra nós, não é? Não é? Não é o que você pensa? Todo mundo pensa um pouquinho, não é?

Mas, Senhor, Senhor até quando? Senhor? Olha, eu não quero, eu não quero fazer mal a ninguém não, viu, Senhor, mas se um ônibus passasse em cima dele, não é? (risos da plateia). Não é assim?

Mas o Senhor não faz assim. A vitória dele é dele! É pra glória dele (glorificações). É pra minha glória… a vitória!

Agora o que é que o Senhor vai fazer… a gente quer que o Senhor faça uma porção de coisas: corta o pescoço de um, não é? O outro caiu do avião… e lá vai é tudo o que você quer. Viajou? Já caiu o avião? Não é? Tá doente? Huuuummmm… tá doente, ó! Tá mal, tá diabético… éééé rsrsrs… todo mundo tem diabete… Não é?

Uma observação importante a se fazer sobre essas referências de Gedelti é que tal fala não pode ser considerada inofensiva diante da quantidade de pessoas que acreditam nele cegamente, como se ele fosse um profeta de Deus na terra ou um escolhido de Deus para trazer ao mundo revelações que nunca antes na história do cristianismo foram dadas a nenhum grupo de pessoas.

Pior! Do modo como ele apresenta a situação aos membros, parece que a sua igreja, chamada por ele de “Obra de Deus”, está sendo atacada injustamente por um inimigo de Deus, um seguidor de Satanás.

Um sinal de alerta deve soar!

Afinal, são inúmeros os casos de pessoas com algum tipo de desequilíbrio mental que são induzidas por mensagens de ódio, de vingança ou de supostas injustiças praticadas contra a “Obra de Deus”.

Em alguns casos, os desequilibrados chegaram a atentar contra a vida dos supostos inimigos de Deus, a exemplo do que ocorreu nos Estados Unidos, no crime que ficou conhecido como “Em nome do Céu”, onde Brenda Wright, então com 24 anos, e sua filha de 15 meses foram brutalmente assassinadas em 1984 por fiéis da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias que, apesar de ter nome de Igreja Cristã, é, na verdade, uma seita religiosa conhecida como Mórmons.

Brenda, foi encontrada caída no chão da cozinha de casa com a garganta cortada – isso depois de ter sido sufocada com o fio do aspirador de pó. No quarto foi encontrada sua filha, uma bebê de apenas 15 meses, morta com vários ferimentos a faca.

Os assassinos, Ron e Dan Lafferty, eram irmãos de Allen, marido de Brenda. Toda a família seguia fielmente a religião mórmon, mas Brenda questionava certos ensinamentos da seita.  

Então, seus cunhados decidiram matá-la por “revelação divina”.

Como Brenda se opunha a algumas doutrinas dos mórmons, ela tornou-se uma ameaça para os propósitos da seita. Então, Ron e Dan foram “divinamente instruídos” a praticar a chamada “remoção” dos opositores, começando com quem estava mais próximo e interferindo em seus objetivos.

Ou seja, basta que uma pessoa com algum quadro psicótico interprete que a vontade de Deus é a morte dos opositores de sua religião e uma tragédia pode acontecer.

Vale lembrar que essa mensagem de Gedelti, com outras formas de apresentação, é constantemente repetida nos seminários da Igreja, onde ele insiste incansavelmente de chamar os ex-membros de caídos (servos de Satanás), apóstatas (pessoas que abandonaram Deus) e inimigos de Deus, associando-os a personagens cuja história os tornaram reprováveis diante de Deus e merecedores de juízos divinos, a exemplo de Saul, Absalão, Adonias, Sansão, Eliasibe, Judas, entre outros.

A título de exemplo, vejam o que Gedelti disse na Escola Bíblica Dominical do dia 30 de janeiro de 2022:

“Então, o indivíduo que ataca o mistério lá em Brasília, lá em Maceió, em qualquer lugar do mundo, ele é porque ele é apóstata. Ele apostatou da fé, é um inimigo do bem, de Jesus e dos que vão se salvar. E pergunta a igreja dele quantas pessoas tem, quantos se salvaram? Pergunta! Quantos? Ninguém, nem a feiosa que tem por lá falando lá também bobagem.”  

Esse trecho mostra o quanto Gedelti manda recados indiretos a pessoas certas. Mesmo sem dizer nomes, Gedelti estava se referindo a três pessoas: Sólon e Roseli, de Brasília, e Júnior Magalhães, de Maceió. Todos já foram processados diversas vezes por Gedelti Gueiros, que sempre usa a pessoa jurídica da Igreja Maranata, porque assim o dinheiro para pagar os advogados saem dos cofres da igreja e não do bolso dele.

E vejam como a mensagem tem o propósito de demonizar esses três dissidentes da igreja de Gedelti, só porque eles não concordam com sua mensagem sobre um tal mistério que só teria sido revelado à Igreja Maranata nesses dois mil anos de existência da igreja de Jesus.

Inconformado com o questionamento desse “mistério”, Gedelti diz, com todas as letras, que esses dissidentes são apóstatas da fé, inimigos do bem, inimigos de Jesus e inimigos da igreja de Jesus. Ora, o que mais precisaria para fazer com que os membros da Maranata entendam que atacar os dissidentes seria algo bom, algo necessário, em defesa do evangelho de Jesus e da sua igreja?

Vejam só o perigo contido nas mensagens de Gedelti!

Isso, sem contar o modo desrespeitoso, vulgar e ofensivo com que Gedelti faz menção à Roseli, chamando a de feiosa e dizendo que ela só fala bobagens.

Essas atitudes revelam um liderança genuinamente cristã? Não seria esse o caso de uma intervenção do Estado?

Mas, como tudo isso está acontecendo em um ambiente aparentemente cristão, no formato de uma igreja cristã evangélica, essas ações preocupantes têm passado despercebidas e continuam acontecendo como se fossem normais.

Por exemplo: na Escola Bíblica Dominical da Igreja Maranata, do dia 27 de fevereiro de 2023, fazendo referência indireta aos teólogos que discordam de suas doutrinas e práticas religiosas, Gedelti disse que “alguns até precisam ser presos”. Vejam só quais foram as palavras de Gedelti:

“…você é o teólogo, o teólogo que aparece de quando em vez nas redes sociais, alguns até precisam ser presos, porque falam mal daquilo que eles não deviam falar”.   

Observem que se trata do maior influenciador da Igreja Maranata dizendo a inúmeras pessoas que os teólogos que discordam de seus ensinamentos precisam ser presos, como se isso fosse uma necessidade para que a “Obra de Deus” siga sem oposição. Neste caso, não há qualquer preocupação sobre o efeito que essa mensagem irá operar nas mentes de pessoas que não conseguem discernir o certo do errado, o legal do ilegal, uma vez que para alguns membros de seitas, tudo o que o líder máximo diz é a vontade de Deus.

Para que isso fique mais claro, basta notar o que Gedelti disse na Escola Bíblica do dia 28 de agosto de 2022. De modo confuso, mas com objetivo bem definido, Gedelti diz que o Espírito Santo não acusa ninguém, mas às vezes o profeta acusa incorretamente, porque a exortação do Espírito Santo é para construir e apenas em alguns casos ele faz ameaças de morte. Vamos ver com atenção o que disse Gedelti nessa EBD:

Olha só uma coisa. O Espírito Santo não acusa ninguém, sabia? Às vezes o profeta acusa: ‘você está assim, assim, assim’. Não existe isso, porque a exortação não é no sentido de destruir. A exortação do Espírito Santo é no sentido de construir.

Meu servo, não quero te ver assim’, é uma palavra desse jeito. ‘Não me agrado dessa sua posição’.

E ele espera que o homem entenda isso. Por exemplo: ‘Se você não fizer isso, você vai morrer’. Pera aí! Isso é outra coisa, tem outra conotação aí. Não é bem o desejo do Espírito Santo ameaçar. Às vezes precisa ameaçar. Às vezes tem um sonho, diz assim ó: ó, eu vi você caindo de um abismo de cabeça pra baixo. Isso aí é outra coisa.    

Se procurarmos entender exatamente o que foi dito, podemos perceber que Gedelti continua com a mesma ideia de lançar ameaças (maldições) sobre algumas pessoas como se essa fosse a vontade do Espírito Santo de Deus.

Vamos examinar cuidadosamente o que ele disse:

Olha só uma coisa. O Espírito Santo não acusa ninguém, sabia? Às vezes o profeta acusa: ‘você está assim, assim, assim’. Não existe isso, porque a exortação não é no sentido de destruir. A exortação do Espírito Santo é no sentido de construir.

‘Meu servo, não quero te ver assim’, é uma palavra desse jeito. ‘Não me agrado dessa sua posição’.

Observem que, ao dizer que o Espírito Santo não acusa ninguém, e que o propósito do Espírito Santo é construir e não destruir, ele sabe o que os membros entenderão como construção e destruição.

Quem é membro da Maranata sabe que o “construir”, para Gedelti, é o que ele diz que é construtivo.

E é importante lembrar que, segundo o que é incutido na mente dos membros da Maranata, tudo o que Gedelti fala vem do Espírito Santo de Deus, pois em todas as suas mensagens ele faz questão de afirmar que seus ensinamentos são revelação de Deus para a sua “Obra”, ou seja, para os membros da Maranata.

Ou seja, quando ele diz que um juízo de Deus sobre alguém é para o bem da “Obra de Deus”, então aí estará a ideia de construir.

Por outro lado, quando ele diz que o Espírito Santo não exorta para destruir, essa destruição pode ser entendida como uma medida para que os membros obedeçam as suas ordens, pois isso evitaria a sua destruição.

Vale lembrar que, para Gedelti, quem sai da sua igreja passa a ser um caído, um seguidor de Satanás, alguém destinado à destruição.

Logo, se quisermos entender a mensagem de Gedelti no contexto que ele ensina semanalmente em suas EBD’s, a exortação do Espírito Santo é para que o homem não seja destruído, ou seja, para que ele não caia.

E o que isso significa?

Isso significa que a exortação do Espírito Santo é para que os membros da ICM não abandonem a igreja, pois isso seria a destruição destinada àqueles que se tornam seguidores de Satanás.

Observem que Gedelti chega a dar exemplo de Deus falando ao homem, dizendo: ‘Meu servo, não quero te ver assim’… ‘Não me agrado dessa sua posição’.

E todos os membros sabem que Gedelti nunca perde uma oportunidade de dizer que Deus não quer que os membros assistam vídeos de canais de dissidentes da igreja, ou seja, é isso que Deus não se agrada.

Mas, a parte final de sua fala é a mais interessante. Enquanto na primeira parte ele apenas está querendo exortar os membros a fazerem o que ele diz que é melhor, para construir e não destruir, na parte final ele deixa claro que em alguns casos o Espírito Santo precisa ameaçar as pessoas com morte e destruição. Vejam só:

E ele espera que o homem entenda isso. Por exemplo: ‘Se você não fizer isso, você vai morrer’. Pera aí! Isso é outra coisa, tem outra conotação aí. Não é bem o desejo do Espírito Santo ameaçar. Às vezes precisa ameaçar. Às vezes tem um sonho, diz assim ó: ó, eu vi você caindo de um abismo de cabeça pra baixo. Isso aí é outra coisa.    

Observem que Gedelti faz referência a ameaças de morte, mas diz que, embora o desejo do Espírito não seja de ameaçar, em alguns casos isso deve ser feito. Então, ele faz referência a um sonho com alguém caindo de um abismo de cabeça para baixo.

Ou seja, é possível notar que Gedelti continua entendendo que é necessário ameaçar pessoas com “dons espirituais”, assim como ele fez com o pastor denunciante, quando disse aos membros que Deus havia dado uma palavra de juízo a ser executado sobre a vida do pastor que denunciou a corrupção da cúpula da igreja. Veremos isso mais adiante.

E qual a conclusão que podemos chegar até aqui? Gedelti não mudou. Décadas se passaram e ele continua trazendo mensagens que levam os membros a entenderem que Deus quer a morte dos dissidentes ou, no mínimo, que eles precisam ser presos.

Como dissemos, essas mensagens repetidas inúmeras vezes na mente dos membros fazem uma verdadeira lavagem cerebral que pode ser nociva, especialmente se absorvida por alguém com problemas mentais.

Não é de se estranhar o modo agressivo como alguns membros da Igreja Maranata se referem aos ex-membros em postagens em redes sociais.

Os membros chegam a comemorar a desgraça de ex-membros e se alegram quando a Igreja Maranata, com a autorização de Gedelti, move processos judiciais contra ex-membros. Atualmente já são quase 100 (cem) processos ajuizados pela ICM contra ex-membros e redes sociais, cuja motivação parece ser a intimidação geral, na tentativa de fazer cessar as críticas dos ex-membros contra as doutrinas e práticas religiosas da Igreja Maranata.

Provavelmente esse movimento de instigação do ódio dos membros da ICM contra os ex-membros só cessará quando alguma tragédia acontecer ou quando o Estado, por meio do Ministério Público decidir intervir.

Mas, voltando à mensagem contra o pastor que denunciou a corrupção na cúpula da Igreja Maranata, Gedelti disse que Deus falou com ele sobre um juízo que viria sobre o pastor denunciante. Ou seja, Gedelti se apresenta como um profeta de Deus para anunciar juízo sobre quem denunciou a corrupção na igreja em que ele estava no comando. Vejam quais foram as palavras de Gedelti.

Pegue a palavra e Deus vai falar com você (glorificações). E Deus vai falar… Quando eu recebi o e-mail eu abri um texto aqui da palavra ué… o Senhor disse assim: não, não quero que você (…) isso… pra esse que enviou isso aqui eu tenho isso… nem vou ler aqui porque são os juízos do Senhor (….do Senhor…) Eu bem que queria que acontecesse tudo aquilo, mas (risos da plateia)… mas ele tá sempre rodando no mesmo lugar e fazendo alimento pra Dalila, pra a igreja infiel. E ele pensava que o Espírito de Deus ainda estava sobre ele. 

Não bastasse isso, Gedelti faz uma comparação do pastor denunciante com um homem caído da graça de Deus, assim como aconteceu com Satanás. Gedelti afirma que o denunciante (caído) arrasta muitas pessoas com ele. Provavelmente, essa referência o associa à história bíblica da queda de Satanás, que foi lançado para fora da presença de Deus e que levou com ele um terço dos Anjos do céu, todos rebeldes.

Ou seja, ao mesmo tempo que Gedelti faz silêncio sobre a malignidade de quem pratica crimes, ele passa aos membros a ideia de que a maldade está em quem denuncia os crimes.

Do modo como Gedelti apresenta sua narrativa, parece que denunciar um crime é mais grave do que cometer o crime.

Assim, Gedelti inverte os valores e ainda ataca os membros que repudiaram a corrupção na cúpula da igreja, classificando-os como seguidores do pastor caído (sem o Espírito Santo), levando todos os membros a crerem tanto o pastor denunciante como os demais insatisfeitos com a corrupção são “seguidores de Satanás”. Vejamos quais foram as palavras de Gedelti:

Esse é o grande problema dos que caem! Pensam que o Espírito Santo… E outros que querem acompanhar, pensam que o Espírito está com aquele ministério… Abandone isso! Deixe  pra lá… caiu, caiu, foi pra lá… deixa ir embora! Ele escolheu o que ele queria…

A nosso ver, Gedelti deveria gastar mais tempo reprovando a corrupção ocorrida na cúpula da sua igreja, e apresentando as iniciativas adotadas para que isso nunca mais aconteça, do que ficar atacando quem denunciou a corrupção.

Mas, Gedelti não parou por aí!

Temendo que os membros de sua igreja começassem a desconfiar inclusive das doutrinas da Maranata, Gedelti resolve atacar o caráter do denunciante.

Sabe-se que o denunciante, depois de concluir que a cúpula da Igreja Maranata estava permeada por uma maligna corrupção, ele decidiu rever todos as doutrinas e práticas da igreja.

Fazendo assim, descobriu que o próprio corpo doutrinário da Igreja Maranata estava equivocado. Ou seja, o denunciante acabou descobrindo que o problema da Igreja Maranata não era só de ordem administrativa e financeira, mas também de ordem doutrinária.

Então, para evitar a exposição de seus erros doutrinários, Gedelti, nesta mesma oportunidade, decidiu desqualificar moralmente o denunciante, afirmando que uma pessoa que um dia abraçou uma doutrina bíblica equivocada não pode mais corrigir o equívoco, pois isso seria uma falha de caráter.

Ou seja, para Gedelti, se você descobrir que está equivocado, seguindo mentiras, mesmo assim deve permanecer na mentira, porque buscar a verdade seria uma falta de caráter. Vejam o que disse Gedelti:

Ele abandonou a coisa mais preciosa. Ele negou o dia que ele foi a frente diante de toda a igreja. Ele não respeitou a sua vida, a ovelha…

Aquilo que ele disse que depois de vinte anos mudou… de trinta, quarenta, seja o que for… não justifica, porque levou 40 anos mentindo.

Ele não tem direito, ele não tem valor. Esse homem não tem valor. Não é nem questão espiritual, é questão de caráter.

Eu não posso pregar uma coisa hoje aqui e amanhã vir aqui dizer pra todo… telefonar pra um e pra outro pra dizer que a obra está errada, que eu estou certo.

Eu não posso fazer isso. Isso é uma falta de caráter. Como é que eu vou dizer que o Espírito Santo revelou nesses quarenta anos e amanhã eu vou dizer que eu não creio?

Não bastasse isso, Gedelti usou a passagem bíblica da morte trágica de Sansão para incutir medo nas mentes dos membros. Isso para evitar uma debandada geral da igreja, uma vez que muitos membros poderiam seguir o denunciante, que também era um pastor da ICM e estava formando sua própria igreja.

Então, em sua mensagem, Gedelti insinua que todos os que seguirem o pastor denunciante terão um fim como o de Sansão: cego, escravizado e debaixo dos escombros do desabamento do templo de Dagon.

Vejam só o que disse Gedelti:

A linha do Espírito é muito séria. E as pessoas pensam que mudando de lugar tá tudo bem. Sabe por que… sabe o que é que aconteceu depois de tudo isso? Sansão teve uma grande oportunidade. Sabe qual foi? De morrer debaixo dos escombros daquilo, do templo, da religião que ele serviu de achincalho.

Foi lá pro templo, lá pro ídolo lá… se a… se a… segurou uma coluna… morreu e os filisteus… quem está com ele morre também… como morreu com Adonias.

E nós estamos falando aqui pra muitas pessoas que precisam ouvir isso. Na… em vídeo conferência. Aqui o homem que cai nessa obra só tem um lugar pra ele, é debaixo dos escombros, com os… com aqueles que ficam em sua volta, aqueles que o chamaram pra essa posição.

Para aqueles que tiraram ele da posição certa. E a morte e a sepultura é ali com o deus dos filisteus. É ali com a farra religiosa, que quando levaram filis… Sansão foi pra ele dar um show… e ele foi lá dar show. Foi pra dar um show. É esse show que tá por aí, que muitos tão indo pra lá, pra esse show. Pra esse teatro e não sabem que o Espírito do Senhor não estava mais sobre Sansão. Sansão não sabia…

Em resumo, Gedelti se passa por um profeta de Deus para proteger sua igreja afundada na lama da corrupção.

Mas, não precisa conhecer muito a bíblia para saber que os profetas de Deus denunciavam o mal. Os profetas inspirados pelo Espírito Santo de Deus nunca ocultavam o pecado, nem mesmo dos principais personagens bíblicos. Não varria nada para “debaixo do tapete”.

Isso mesmo! A bíblia nos mostra que profeta de Deus não era um instrumento para esconder o mal, mas para denunciá-lo!

Profeta de Deus também não era um instrumento para amaldiçoar pessoas que andam retamente. Quem faz isso são os feiticeiros contratados para lançar maldições, como foi o caso de Balaão, que foi contratado por Balaque para amaldiçoar o povo de Deus no deserto.

Apenas para nos certificarmos disso, vejamos o que nos diz o texto do livro de Números, capítulo 22, nos versos 5 e 6:

[Balaque] enviou mensageiros para chamar Balaão (…). A mensagem de Balaque dizia: “Um povo que saiu do Egito cobre a face da terra e se estabeleceu perto de mim.

Venha agora lançar uma maldição contra ele (…) Pois sei que quem você abençoa é abençoado, e quem você amaldiçoa é amaldiçoado“. (Números 22:5,6)

Observem que Balaão era um homem maligno, reconhecido por amaldiçoar pessoas quando contratado. Mas a história nos indica que isso não funciona quando o alvo das maldições são pessoas que constituem um povo abençoado por Deus.

Mas Deus disse a Balaão: “Não vá com eles. Você não poderá amaldiçoar este povo, porque é povo abençoado”. (Números 22:9-12)

Por isso, a despeito de Gedelti, em tom de ameaça, dizer aos membros que Deus havia prometido um juízo sobre o pastor denunciante, o que se deduz do desfecho da história de Balaão é esse tipo de mensagem não tem efeitos sobre o povo de Deus.

Como posso amaldiçoar a quem Deus não amaldiçoou? Como posso pronunciar ameaças a quem o Senhor não quis ameaçar? (Números 23:8)

Nesse mesmo sentido, temos um provérbio que diz assim:

Como o pardal que voa em fuga, e a andorinha que esvoaça veloz, assim a maldição sem motivo justo não pega. (Provérbios 26:2)

Enfim, de acordo com o exemplo bíblico de Balaão, todos os que fazem parte do povo abençoado por Deus, pela fé, não são afetados pelas maldições dos feiticeiros.

Que Deus abençoe a todos!