ISAÍAS DINIZ E O FUXICO GOSPEL

ISAÍAS DINIZ E O FUXICO GOSPEL

30 de maio de 2025 Off Por Sólon Pereira

ENTREVISTA COM O ADVOGADO DA IGREJA MARANATA – FUXICO GOSPEL 27/5/2025

www.celeiros.net

NOSSOS COMENTÁRIOS SOBRE A ENTREVISTA DE ISAÍAS DINIZ, ADVOGADO E PASTOR DA IGREJA CRISTÃ MARANATA, CONCEDIDA A IZAEL NASCIMENTO, EM REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES, NO CANAL DO YOUTUBE “O FUXICO GOSPEL”! https://www.youtube.com/watch?v=ZSEok_qThsQ&t=1s

 

IZAEL NASCIMENTO

Fala pessoal, tudo bem com vocês?

Um prazer imenso ter vocês nos acompanhando para a continuação dessa série que a gente está fazendo sobre a Igreja Cristã Maranata.

Ontem publicamos uma entrevista com o pastor Júnior Magalhães, que é ex-membro da Igreja Maranata e vice-presidente de uma associação que se propõe a cuidar e abraçar ex-membros dessa denominação.

E agora vamos conversar com o pastor, mas também advogado, Isaías Diniz, com quem a gente vai conversar um pouco sobre o que está acontecendo e o que representa essas manifestações que estão surgindo nas redes sociais.

Dr. Isaías, é um prazer recebê-lo aqui. Seja bem-vindo.

ISAÍAS DINIZ

Izael, agradeço pela oportunidade, até fora do ar disse que somos discretos em relação a certos comentários, mas eu acho que vai ser importante para você, para o seu canal, para a gente também, nos manifestarmos sobre alguns pontos, como a liberdade é para os dois lados, então acho que será um momento importante para esclarecer alguns assuntos concernentes à sua entrevista sobre a nossa igreja.

IZAEL NASCIMENTO

Muito bem. Então, Isaías, o senhor conseguiu acompanhar a entrevista, ver alguma coisa?

ISAÍAS DINIZ

Eu, como te disse, vi a entrevista, não consegui assistir ela por completo, quero fazer isso depois, mas vi alguns pontos que foram abordados, e estou aqui como advogado, apesar de ser pastor, mas me manifestando como advogado, que tenho militado, inclusive, nessa causa, e até disse também que hoje eu faço parte do Instituto Brasileiro de Direito e Religião, IBDR, no qual também nós… e  termino agora uma pós-graduação em direitos religiosos, justamente para entender melhor sobre o tema e para ajudar a liberdade de expressão, que não é liberdade de agressão, conforme já o STF nos disse.

Então podemos ter liberdade para nos expressar, mas com cuidado para não agredir.

IZAEL NASCIMENTO

Muito bem. As acusações, as denúncias trazidas aqui pelo Pastor Júnior e também em outros canais, são muito graves, que vão, por exemplo, desde humilhação nas denominações neopentecostais e pentecostais, que a gente acostumou a chamar de abusos emocionais, abusos religiosos.

Como é que você recebe essas denúncias? Elas têm procedência?

ISAÍAS DINIZ

Izael, é Claro que cada um tem o direito de escolher aonde congregar. Conforme a nossa Constituição, ninguém é obrigado a associar-se ou manter-se associado.

Eu estou nessa igreja desde que eu nasci. Minha família é dessa igreja. Me sinto muito bem, nunca me senti constrangido, não cresci alguém bitolado, eu não deixei de ter os meus pais, meu pai, minha mãe, o aniversário, ao contrário, pra gente sempre foi uma alegria, a gente gosta de tocar, cantar, participar, amigos jovens da juventude, era futebol, era tantas coisas.

Nunca me senti dessa forma, respeito até quem se sinta dessa forma, mas não me sinto.

Hoje, por exemplo, a minha família é dessa igreja, então, assim, igual eu falei, não se adaptou, mas agora você falar que isso acontece, os cultos são públicos, então se é um culto rápido, uma mensagem para a família.

Assim, eu discordo até que haja uma saída em massa. Se uma pessoa, duas, cinco, dez que seja, estão falando, eu não creio que isso seja o fim da igreja ou que a igreja está se esvaziando. Eu não confirmo nessa informação e não concordo com ela.

IZAEL NASCIMENTO

Tá, mas as denúncias desses abusos emocionais, que as pessoas, por exemplo, saem de lá e vão ter que procurar apoio emocional, psicólogo, psiquiatra, isso é fato? Isso acontece mesmo?

ISAÍAS DINIZ

Ó, igual eu falei, novamente, na minha igreja e nas igrejas pelas quais eu já passei, Eu nunca vi isso de alguém ter que sair da igreja e procurar um tratamento psiquiátrico, psicológico.

Não tem essa mensagem nem de prosperidade e nem uma mensagem de não estar ali. Enfim, é a mensagem que de alguma forma possa embutir na cabeça de alguém.

Ao contrário, incentivamos os jovens a passarem no bom concurso, a estarem bem na faculdade… As famílias…. Temos seminários onde a família participa, Então sim, o culto é muito simples, não vejo essa questão.

E assim, um comentário, Isael, que eu gostaria de fazer agora, não sei se é possível, no decorrer da entrevista, é sobre quem você entrevistou.

Eu acho que se eu pudesse fazer um adendo, não sei se é possível, um pequeno esclarecimento.

Eu não quero citar nomes, porque aqui não é objetivo, mas as pessoas na internet se apresentam como pessoas de ilibada reputação, e este rapaz que está falando da igreja, ele foi condenado agora criminalmente, em primeira instância, e em segunda instância pela Justiça de Maceió.

Uma coisa é liberdade de expressão. Então, você não concorda com as doutrinas da igreja, você não concorda com o que é falado, isso faz parte.

Mas você vir a público e falar que a igreja é caloteira, sonegadora de impostos, chegou a falar um absurdo de que crianças foram sacrificadas para formar a igreja.

Então, assim, isso aí depois falam, não, a igreja está cometendo um assédio processual porque processou esse rapaz.

E a justiça falou, não, não é assédio processual, é o direito de ação. Então é a forma que eu tenho de me defender.

Além disso, há uma liminar no Espírito Santo, impedindo que ele fale do pastor Gedelti. Não é que fale, mas que difame a pessoa do pastor de Gedelti pelo que ele volta e meia fala.

E aí na vida pessoal dele, isso aqui não é uma coisa reservada. Você consulta no Tribunal de Justiça de Maceió, aí você olha e tem um processo. Não estou falando se é verdadeiro ou não, mas no qual ele foi condenado. Morou numa casa de aluguel, não pagava aluguel, não pagava água, não pagava luz e ainda causou danos ao imóvel.

Não estou dizendo isso, é a justiça que disse, ele foi condenado por isso e não pagou ainda. O terreno vizinho da casa que ele morava de aluguel, invadiu o terreno, quebrou o muro para construir canil para os cachorros dele.

E isso a justiça que está falando.

Ele fez um acordo para comprar o imóvel e não comprou.

E ele está sendo executado, ESTÁ EM GRAU DE RECURSO. É um processo no qual fala assim: invadiu este terreno.

E ainda tinha no Google, hoje agora eu pesquisei e não encontrei, uma familiar dele falando de uma agressão que sofreu por parte dele.

Então, assim, é difícil você ir para a internet, falar algo de uma instituição que ele não pode provar, e sendo que a vida pessoal dele…

Ele foi condenado uma outra vez aqui pela Justiça do Espírito Santo, por vários conteúdos que ele estava usando da igreja Cristã da Maranata sem autorização.

Então, isso que me preocupa muito.

Outra coisa, você quer sair da igreja, quer ir para uma outra igreja? Mas eu acho estranho, você foi casado, um exemplo, por 20 anos com uma esposa.

Então você chegou, passou um concurso, cresceu, prosperou, teve filhos. Aí você sai de um casamento e agora você todos os dias quer falar. Ah, ela não era uma boa esposa, era isso, não gostava dela.

Então ao invés de eu seguir, porque hoje as pessoas que criticam dessa forma…

Igual eu falei, falam que a igreja tem um assédio processual.

Mas um canal aqui em Brasília, uma pessoa, ela tem mais de 600 vídeos falando mal da Igreja Cristã Maranata.

Então ela pode fazer 600 vídeos e tá tudo bem. Mas se ela é processada, é assédio processual.

Então assim, nós temos que ter um pouco de cuidado, sabe por quê? Eu criticar sem…

É igual eu escrever um livro sobre criar filho se eu não tenho filho. Eu falar sobre casamento…, já me casei dez vezes. E agora eu querer falar de igreja se eu não tenho nenhuma igreja.

Então eu falo aqui de Brasília e também de uma pessoa que se intitula pastor, já foi na nossa igreja, montou uma outra igreja. Fechou e hoje fica falando da Igreja Cristã Maranata.

Qual que é a proposta? É tirar da Igreja Cristã Maranata e levar pra onde? Pra lugar nenhum? Qual que é a proposta melhor? Porque se você critica, você tem que ter algo melhor.

Então isso que me preocupa quando eu vejo um vídeo desse e de uma instituição que eu estou desde que eu nasci, tenho centenas de amigos, conheço centenas de famílias, e se alguém teve que procurar um tratamento…

Eu falo que até em qualquer igreja hoje, quem não procura um psicólogo? Mas não é por conta da igreja, é a cobrança do trabalho, é um casamento que não deu certo, é uma vida que não foi planejada da forma correta.

Mas atribuir isso a uma igreja que de 68 para cá são quase 6 mil templos no Brasil?

Então é nesse sentido que eu queria desenvolver e poder falar desse outro lado também.

IZAEL NASCIMENTO

Você falou dos processos do Júnior, eu não sou advogado dele, nunca nem tomei um café com ele, mas a igreja também… Há 800 processos e boa parte desses são execuções.

ISAÍAS DINIZ

Não é! Não é! Uma vez foi colocado isso na audiência, um juiz falou isso.

IZAEL NASCIMENTO

Eu vi. Eu vi!

ISAÍAS DINIZ

Mas não tem processos de… questões de… relacionados à igreja. A igreja goza de imunidade tributária.

90%… igual você falou, você não é advogado, mas você pode perguntar pra qualquer advogado e olhar esses processos.

90% desses processos, ou 95% são relativos à imunidade tributária, que a igreja ela não tem que pagar o IPTU de imóvel próprio e imóvel alugado. E muitas vezes nós somos cobrados.

Aqui em Brasília mesmo, a igreja do Guará recebeu um IPTU de quase 20 mil por um imóvel que era já da igreja.

Então tivemos que entrar no TJDFT, para que o GDF não cobrasse e declarasse a isenção tributária. Então não é!

Quando colocaram… Esse juiz na audiência…

Colocaram esse trecho no qual ele está falando sobre isso.

Nós não temos essa quantidade!

E falam: todo membro que sai da igreja é processado!

Não é isso! Imagina, você sai hoje da igreja, amanhã você recebe um processo porque você saiu da igreja?

Mas quem comete crime, esses serão processados.

Você quer falar do louvor, você não gosta, você não gosta do pastor, não concorda com o dom espiritual, não concorda com o clamor pelo sangue, é o seu direito.

Mas agora falar que é ladrão, mentiroso, que aprisiona mentes, que é escravo, que é mongue, que é esgoto?

Aí, isso não é liberdade de expressão, isso é uma agressão.

Então eu desafio a qualquer um que nos escutar, que mostre que esses 800 processos são de intolerância religiosa. Não são!

São menos de 100 processos!

Que foram muitas execuções fiscais.

IZAEL NASCIMENTO

Não, assim, efetivamente, eu até concordo com o senhor e não tenho o que discordar. Faz sentido a questão de que a imunidade tributária e a igreja, por óbvio, não paga IPTU.

Mas os processos são de execuções fiscais. Eu vi os processos lá. Se são incoerentes, inconsistentes, é outra situação. Mas, de fato, eles são verdadeiros. O senhor acabou de confirmar, inclusive.

ISAÍAS DINIZ

Nós. Somos mais de 6 mil templos no Brasil. Agora o que eu estou colocando pra você, não estou falando que não existam esses processos.

A gente não pode falar que esses processos são contra ex-membros. Isso que eu quero dizer…

IZAEL NASCIMENTO

Eu referi inicialmente aos processos de execução, e não os contra os membros.

ISAÍAS DINIZ

Então ótimo, eu não tinha entendido. Não estou falando que não exista, você pode pesquisar.

Agora o que quiseram fazer numa audiência é transformar isso em processos contra ex-membros, isso não é!

E, na verdade, nós vamos não fazemos assim: vamos processar quem saiu da igreja!

Nunca aconteceu isso!

Mas quando a pessoa começa a falar da intimidade, de expor famílias, de atribuir alguém crime, aí nesse caso…

É igual o pastor Gedelti. Você pode não gostar dele, mas é um senhor de 93 anos, aposentado da marinha, professor universitário, reconhecido por várias vezes.

Aí fala, mas os pastores foram presos! E querem colocar, resquentar, resquentar essas notícias.

Aí você vai no STF, o ministro Ricardo Lewandowski deu uma liminar falando que a prisão deles, da forma que ocorreu, foi ilegal.

Aí depois você observa a segunda turma do STF, em dezembro de 2013, por unanimidade, confirmando que a prisão foi ilegal.

Aí as pessoas querem, todos os dias, repostar vídeos sobre algo que aconteceu em 2012, 2013.

Então assim, é nesse sentido.

Igual eu falei, você quer ir para outra igreja, você quer congregar em outra igreja, e nós temos que estar na casa do Senhor. Isso é importante para a nossa vida, como é bom cantar louvores.

Até no mundo, os melhores músicos saíram da igreja.

Porque a gente pode ver quantos cantores, quantos músicos.

Mas agora…

E outra coisa, a nossa igreja o culto é público. Qualquer pessoa pode entrar. Não tem reunião secreta. Louvores, a maioria, tradicionais ou louvores próprios. Nós só falamos da Bíblia, não temos nenhum outro livro de apoio.

Lembrando da Reforma Protestante de 1517, a Bíblia com única regra de fé e prática.

Então, assim, o livre exame escrituras.

Então assim, é difícil querer agora falar que a igreja, que além de ter um papel espiritual muito importante, tem um papel social para as famílias, para a comunidade.

Então assim, agora eu vou falar.

Então eu não posso concordar. Respeito a opinião…

Eu só acho que é muito difícil, talvez uma experiência que alguém teve negativa, falar que todo mundo está tendo a mesma experiência negativa. Não teve.

Não serviu pra ele, mas…

Então, isso que é grande preocupação.

É claro que é melhor lidar com essas acusações do que eu ter um país que eu não possa falar nada.

E eu agradeço, igual falei com você, não nos manifestamos em nenhum programa. Mas quando eu vi a reportagem, eu falei: acho que é hora de a gente conversar um pouco para tentar colocar isso do lado.

IZAEL NASCIMENTO

Pastor, doutor, eu tenho visto inclusive uma crescente em números de perfis no Instagram, canais no YouTube de ex-membros que todos os dias fazem live, publicam vídeos, se arregimentam ali de alguma forma para manifestar alguma… sei lá… alguma preocupação, algum desinteresse em relação à Igreja Maranata. Isso tem afetado a Igreja diretamente?

Como, por exemplo, o número de pessoas saindo ou deixando de entrar novos membros, novos adeptos, por conta dessas manifestações?

ISAÍAS DINIZ

Izael, o que acontece, novamente eu te falei, a gente fica um pouco preocupado das pessoas quererem confundir. Não estou falando que seja isso o propósito. Então nós temos o nosso Maanaim.

Ah, é uma palavra bíblica, mas eu tenho uma logo: Maanaim.

Alguém vem, pega a mesma logo e coloca… e aí alguém vai entrar achando que é algo da igreja e não é.

Ou se eu tenho maranata no nosso canal. Eu criei um outro canal com o nome maranata, com a mesma cor e tal.

Agora, assim, falar que isso está tirando…

Pode ser que alguém que já estava talvez desanimado ou percebendo algo possa ter saído, mas de forma alguma a gente pode achar que isso tem impedido a igreja crescer, em termos de batismos.

Mas (incompreensível) batismo às vezes com 30, 40, 50 pessoas, todas as semanas. Recebendo visitantes de outras igrejas ou que não estavam em nenhuma igreja.

Até pessoas que deixaram de congregar na pandemia, muitos deixaram de congregar na pandemia e estão voltando agora.

E essas pessoas têm o direito de se organizar e criticar.

Eu só acho estranho pessoas que ficaram na igreja por mais de 20, 30 anos, passaram em um concurso público, casaram, tiveram os filhos, viveram tantos anos. Agora, falar que não serviu pra nada, que foi péssimo, que foi ruim, que era uma igreja que escraviza.

E assim, você olha que pessoas que cresceram até na vida, tanto espiritualmente, conhecendo a Bíblia, batizaram, pregaram, e agora o quê? Vou negar tudo isso? Vou apagar?

É direito deles se reunirem.

O único cuidado que nós temos que ter é apontar crimes ou fazer acusações que fujam da liberdade de expressão.

E pra mim, o melhor, podem continuar falando, até ao contrário, estão falando mais do nome Maranata.

Criticando ou não, você está divulgando o evangelho.

Mas o ideal mesmo é, se a pessoa não se sentiu bem em uma igreja, qualquer que seja, procure outra.

Ou vai pregar pra quem está aí nas drogas, no álcool, perdido nas ruas.

Nós fizemos agora um evento com 1.100 pessoas aqui em Brasília, na rodoviária do Plano Piloto, local onde passam mais de 700 mil pessoas por dia.

E lá fomos pregar, não é pra ir pra nossa igreja! Fomos orar, fomos trazer uma palavra de esperança, falar sobre a Bíblia, pedir que… E fomos para a rua fazer o papel de anunciar a toda criatura.

Apesar de eu estar falando como advogado, o livro de atos fala que quando a igreja se reunia tinha salmo, tinha doutrina, tinha línguas, tinha interpretação, faça-se tudo para edificação.

Então, quando a igreja se reúne, nós temos isso. Tem louvor, tem doutrina, tem palavra. Cada um com a sua doutrina e na forma de pregar a palavra.

Mas se as pessoas se reúnem e não têm isso, é só crítica, crítica.

E sabe o que acontece? Essas pessoas se reúnem, elas assistem à escola dominical dez vezes para conseguir achar a crítica.

Então, eles estão assistindo mais ainda o culto de quando eles realmente eram da igreja. Para quê? Para procurar um detalhe.

E assim, não sei se você já assistiu a um culto. Você pode assistir a um culto. Não tem nada assim. É um culto simples, louvores e palavra.

E nós não temos isso, ah, só a Igreja Cristã Maranata que leva para o céu.

Nós nunca dissemos isso e não vamos dizer. Quem leva para o céu é Jesus. Jesus é o único caminho, a verdade e a vida. Nós pregamos sobre ele.

É claro que, como instituição, precisamos ter um CNPJ, precisamos ter um nome, precisamos cumprir as leis do país.

Mas nesse sentido, sabe, Izael, que eu fico muito preocupado. A gente acompanha pastores em outros países, na Índia, na África, que estão presos por pregar o Evangelho. Pessoas que carregam um pedacinho da Bíblia escondido. Você olha para Cuba, a igreja é casa culto. Você não pode ter uma igreja casa, culto. Você precisa morar na residência, não pode ter placa.

Então a gente olha em tantos países, até mesmo na Alemanha, onde o berço da reforma protestante, quantas igrejas fecharam, e hoje são boates, casas de show.

E no Brasil nós temos essa liberdade. Lembrar de Daniel Berg aqui no Brasil, em 1910 pra cá, a experiência com a Assembleia de Deus, os movimentos avivalistas, a benção dos dos espirituais.

Agora eu pegar e ficar criticando igreja todo dia, todo dia, todo dia, e sem uma outra proposta?

Então isso que me preocupa muito. Ao invés de crítica, se cada um fizer bem o seu papel, tem muita gente precisando do Senhor. Muita gente.

IZAEL NASCIMENTO

Verdade. Uma das maiores críticas também feitas aqui ontem na entrevista pelo pastor Júnior, foi em relação ao espaço reservado para mulheres na igreja.

Segundo ele, elas são muito humilhadas. Tanto na própria igreja, no Maanaim também. Qual o tamanho do espaço para mulheres na igreja? Elas têm espaço na Maranata?

ISAÍAS DINIZ

E até, Izael, interessante, depois, sem querer citar o nome, ele se intitula como pastor. Eu não sei em qual momento ele se tornou pastor, porque na nossa igreja ele não era pastor, a não ser talvez por um título.

Eu não sei como surgiu esse nome pastor que ele tem.

Mas é um outro caso, não convém agora.

Quando nós falamos das mulheres, e até eu falo de Brasília. Aqui teve um caso sério, se eu não me engano, posso estar errando, mas na igreja presbiteriana, que levaram à justiça para que as mulheres tivessem um espaço a mais do que elas tinham aqui na igreja presbiteriana. E até houve uma liminar no sentido, mas depois… não sei se teve no STJ ou no STF, posso confirmar.

E foi falado o seguinte: o estatuto ele é soberano na igreja. Então cada igreja tem o seu estatuto e o Estado não vai intervir no estatuto da igreja.

Nós temos igrejas onde temos mulheres pastoras. Outras igrejas as mulheres não são pastoras.

Mas falar que na nossa igreja as irmãs não têm um papel, ou que têm um papel secundário, nós não podemos concordar.

Quando nós olhamos aqui para o grupo de louvor, a maioria são irmãs, muitas irmãs regentes, as professoras que ensinam crianças, intermediários, adolescentes, de zero a três anos, e que nos ajudam em toda acessibilidade, a maioria são irmãs.

O culto das senhoras, toda quarta-feira, louvor e a palavra, conduzidos e dirigidos por elas, sem a presença de qualquer varão. Claro que o varão está na porta para ajudar.

O trabalho de jardim, trabalho de visitas. Elas têm um trabalho semanal de visitar viúvas, de visitar as idosas, de visitar as enfermas.

Então tem um papel ah… Quer dizer que se ela não foi ao púlpito no dia que o pastor pregou, a mulher não tem importância.

O público, o culto, são 30 minutos. O que elas fazem vai muito além disso. É a preparação do culto profético, é a organização das salas.

Elas, aqui um exemplo. Aqui na igreja nossa, as irmãs se juntaram no mês de março e pregaram para oitocentas crianças, sozinhas, sem nenhum varão, aqui nas escolas de Brasília, para mais de oitocentas crianças.

Então, a falar que irmã é humilhada, deixada para trás…

O pastor, ele é casado, o diácono, ele é casado. Até… na igreja, o diácono, o pastor ele é casado porque é nossa experiência da mulher acompanhar o esposo. E a mulher não foi criada do pé de Adão. Até a palavra fala, não foi da cabeça, foi da costela. Justamente os dois juntos, os dois com importância.

E na nossa igreja, se o irmão não tiver uma esposa equilibrada, que conheça a palavra, ele não vai ser diácono, não vai ser ungido, pastor. Por quê? A mulher sabe ela edifica a casa. Então, se não tiver essa companheira ao lado dele, ele não vai conseguir exercer.

Sem criticar também as igrejas que muitas vezes o pastor não é casado. Isso aí é uma experiência de cada um.

Mas na nossa igreja… eu discordo totalmente. As irmãs têm um papel muito importante. As crianças têm um papel muito importante. Elas têm o louvor todos os dias de crianças. Glorificam todos os dias. Temos a orquestra infantil, onde elas aprendem desde cedo flautinha, escaleta, violino.

Então tanto as crianças, jovens, as senhoras, tem um papel na igreja e seria muito ruim falar…

Eu desafio em qualquer igreja e falar que… as mulheres vão sentar lá atrás. As mulheres não podem falar. Na escola dominical, cada uma fala a sua contribuição. No culto de terça, que é um culto de estudo, de doutrina, cada irmã apresenta a sua contribuição, os varões apresentam.

E não tem essa, em língua estranha, interpretação, são usadas também no culto da mesma forma que os varões são usados. Eu discordo totalmente. Se alguém viu com esse olhar, pra mim é um olhar míope e também distinto daquilo que acontece nas nossas igrejas.

IZAEL NASCIMENTO

Sobre essas humilhações, esses episódios de humilhações, o senhor não se recorda de nenhum episódio que aconteceu? A mulher nunca foi humilhada na igreja Maranata?

ISAÍAS DINIZ

Izael, eu não vou aqui mentir para ser conveniente com alguma resposta. Eu falo isso, estou… tenho 40 anos. 40 anos que eu estou nessa igreja, minha mãe é dessa igreja, as minhas tias, as minhas filhas e a minha esposa.

Nunca vi nenhuma irmã ser humilhada. Não é o nosso papel.

Ah, se alguma igreja! Eu não posso falar. Mas e aquele caso lá no interior, numa igreja! Se entre irmãos houve algo, é específico, a gente não tem esse controle. São seis mil igrejas.

Agora, falar que não houve um caso isolado é um caso específico, mas vindo do presbitério, das coordenações, não existe!

Se algo acontecer, essa pessoa precisa ser afastada das suas funções.

Porque gente é gente. Não tem como falar com você, mas o geral, o que ocorre… Não, isso não ocorre.

IZAEL NASCIMENTO

Uma outra coisa também muito questionada é até a forma meio truculenta do pastor Gedelti nos vídeos. A gente vê em algumas pregações dele. Como é que se justifica? Seria a idade?

ISAÍAS DINIZ

As pessoas querem falar do pastor Gedelti, que hoje está com 93 anos.

Quando começou não tinha nenhuma igreja, e até para eu falar antes disso, Izael.

A sede administrativa da igreja foi doada por ele, os primeiros terrenos foram doados por ele, ele construiu a igreja.

Então alguém pode falar assim, mas pastor… é uma forma de falar, é uma forma de comentar…

E assim… Eu já estou acostumado, às vezes, com a forma mais firme de algumas falas, mas isso não me agride nem me assusta.

Como eu falei, e se algum dia alguém está incomodado, se você está incomodado com o pastor Gedelti, com o satélite, com o formato de culto, você tem a liberdade de procurar uma outra igreja.

Agora eu saio da igreja e fico, parece revivendo o passado a todo custo. Eu saí da… Alguém saiu da igreja e quer que ele saia também.

As pessoas querem falar dessa questão, mas se esquecem de um homem, de um servo que doou anos e anos, não é remunerado, e um senhor de 93 anos, que tem muitas vezes mais saúde e mais força de vontade, está presente em tudo.

Ah, mas a fala dele, comentou… É o presidente, eu entendo que aquilo que ele fala, fala para o nosso bem, fala como alerta.

Ah, mas existem outros pastores que falam de outra forma. Existem!

Mas nós respeitamos ele como nosso presidente e amamos ele.

E se há uma fala um pouco mais dura, isso é um detalhe. Mas eu creio que isso não é para abalar a fé de quem quer que seja.

IZAEL NASCIMENTO

Mas chamar as pessoas de nóia, pastor? É pesado, né?

ISAÍAS DINIZ

Não, mas você ouviu realmente o que aconteceu?

Assim… Ou você está…

IZAEL NASCIMENTO

Eu ouvi uns cinco minutos, mais ou menos, de contexto.

ISAÍAS DINIZ

Porque às vezes alguém está replicando algo…

O que eu lembro agora, no último seminário… Não sei se foi sobre isso… Um pastor que é médico comentou algo sobre isso.

Mas agora, Izael, é o seguinte.

Você pegar um seminário de oito horas… E dentro de um contexto foi falado isso. Aí falar agora que ele não serve, que ele não presta, que a igreja está escravizando, está matando… Né? Um seminário de 8 horas, com 8 ou 10 aulas! E aí, agora falar que teve uma fala… Não!

Isso aí é um pedaço, que é preciso ver em qual contexto foi colocado.

Agora eu estou te falando…

Falar que ele não serve, ou que a igreja não serve, porque dentro de uma fala foi citado isso. Isso que eu estou te falando! É apequenar muito a igreja!

E sendo de tantas revelações, tantos conteúdos que foram colocados, então isso eu acho difícil. E teria que voltar aqui a fala, entender.

Mas, isso são detalhes talvez de um discurso tão grande que não me afetou e quem está ao meu redor também não afetou.

IZAEL NASCIMENTO

Mas, pastor, 93 anos! Não seria o momento dele descansar um pouco?

ISAÍAS DINIZ

Izael, o que que eu entendo. Nós podemos entender duas coisas, que eu acho muito importante.

A força daqueles que estão chegando e a experiência daqueles que estão há mais tempo.

Então, a força dos novos, até novos pastores, mas também a experiência daqueles que estão porque nós podemos errar menos.

Então, quando nós estudamos a história da igreja ao longo dos anos, nós podemos ver igrejas que foram perseguidas, igrejas que uniram o Estado, a Idade Média, a Reforma Protestante, a Bíblia, o acesso.

Então, os pré-reformadores, reformadores, tanto os homens e servos que foram importantes na história.

E o pastor Gedelti, eu falo aqui como advogado, ele tem algo muito interessante. Por isso que é interessante eu fazer para vocês esse contraponto.

Se você perceber, na escola bíblica dominical deste último domingo, ele colocou à mesa com ele, ele e mais três pastores jovens, bem jovens, que estavam com ele.

Inclusive tem um programa semanal que é exibido sobre as cartas, sobre a Bíblia, e ele tem trazido pastores mais novos. E tem que ver a alegria dele da contribuição desses pastores mais novos.

Então apesar da idade dele, ele sempre tem trazido os pastores mais novos, pastores também com uma meia idade. Então ele tenta equilibrar.

O conselho presbiteral. Ele não decide sozinho.

Então são mais de 20 conselheiros! Mais novos, com mais idade… por que? Aonde você tem pessoas mais comunicativas, menos comunicativas, experiências profissionais diversas, na qual você pode equilibrar.

Agora eu vou falar o seguinte: por que ele tem essa idade, agora tem que liberar ele? Não! Não cabe a nós o tempo.

E quando nós olhamos aqui para a igreja Cristã Maranata, que ela transmite o seu conteúdo por satélite. Foi um pedido dele. E nós nem sabíamos da pandemia.

Então ele começou a pedir para investir em animações para os louvores das crianças. Então tinham desenhos infantis. Começou a investir em culto transmitido com louvor, legenda.

Então ele começou a investir, pediu para investir nisso. Depois que a igreja estava estruturada, veio a pandemia e nós conseguimos ter o culto em casa e na igreja sem nenhum problema.

Quando, ele também agora… TV aberta, foi pedido dele. A rádio também transmitida em Belo Horizonte, também no Espírito Santo, programas também.

Então, apesar da idade dele, ele sempre está à frente do nosso tempo, e se você observar no seminário, já que estão criticando, o moderador desse seminário, quem fez a abertura? Pastores Jovens, então, que ele escuta.

Ele tem um grupo de ciência e fé, com pesquisadores, doutores, pós-doutorado, pessoas do exército, coronel, general, sempre trazendo ciência e fé para que também que a gente não esteja tão distante daquilo que é discutido, que é colocado.

Então para não ser, além da palavra que nos alimenta, essa interlocução com o jovem, interlocução com a ciência, tem grupo de acessibilidade.

Então, assim, apesar de ele fosse alguém que tivesse freado a igreja, mas não! É o contrário! Ele que sempre trouxe essa visão à frente para a obra no exterior, inteligência artificial para a tradução simultânea em vários idiomas.

Então, eu não acho que pela idade dele, mas sim pelo que ele produz e pelo que ele traz.

E o tempo, o tempo é dele! O tempo do Senhor, mas nós temos ele sempre como alguém com quem aprender muito ainda, pela experiência que ele tem e pela cabeça dele.

E a fala dele, se você perceber, ele não para pra gaguejar, não para pra pensar. A fala e a rapidez do pensamento dele muitas vezes nem corresponde à idade que ele tem, de tão assim rápido e veloz no raciocínio e no argumento que ele possui.

IZAEL NASCIMENTO

Eu me surpreendi, eu sabia que ele tinha 93 anos, eu não sabia, achei que fosse bem menos. Porque ele é rápido, né, no argumento.

Agora, a igreja já está se preparando para a sucessão dele? É natural, infelizmente é algo ruim de comentar, mas é fato, né?

ISAÍAS DINIZ

Izael, nós temos no nosso estatuto, o estatuto já prevê que em caso do passamento dele, nós já temos o vice-presidente, que é um embaixador de carreira, trabalhou muitos anos aqui no Itamarati e em outros países, então já é o vice-presidente.

E no caso da ausência dele ou até uma questão de doença ou médica, o vice-presidente já assume automaticamente.

Então isso já, em termos estatutário, já está resolvido. Não tem que ter uma nova votação, não tem isso.

Então se houver, nós não queremos que isso aconteça, já há essa sucessão natural.

Mas igual eu falei, nós não podemos falar que você fez tal idade se fosse uma idade… e que isso debilitasse dele exercer a presidência e tudo. Você fala, ah, mas pode olhar, tem pessoas falando, tem quatro canais, tem oito, tem dez.

E outra coisa, faz parte, mas o que eu acho interessante é pessoas que muitas vezes nem estão na igreja, e querem alterar a liderança da igreja.

É igual eu falar de alguém que mora nos Estados Unidos e quer tirar o presidente do país.

Você está em outro país, está em outro momento, e aí você fica interferindo onde você não está mais, ao invés de ter um projeto pessoal.

Ao invés de ter uma história de vida!

Igual eu te falei, Izael, estou aqui à disposição.  Normalmente eu não entro. Primeira vez que estou conversando sobre esse assunto, foi com você.

Agradeço por essa oportunidade, mas normalmente a gente nem entra nesse tipo de debate, nesse tipo de assunto, porque eu acho que é tão assim… a gente tem tanta coisa para fazer, tanta coisa eu como advogado, para a minha família, para a minha saúde, para a igreja, nem sobra tempo para a gente ficar entrando em outros assuntos.

Mas enfim, eu creio que era importante que eu prestasse esse esclarecimento para o seu canal, para os seus seguidores.

Eu acho que é importante trazer isso aqui.

IZAEL NASCIMENTO

Deixa eu fazer só mais duas perguntas para a gente encaminhar para o fim. Uma como advogado e outra como pastor.

Primeiro como advogado. Também se questiona, e foi falado sobre isso aqui ontem, foi com relação a alguma forma como a Maranata lida com a questão das receitas, dos dízimos e ofertas.

Você pode falar para a gente, explicar um pouco essa questão dessa centralização, toda receita vai para a sede, depois é que se resolve. Como é que funciona isso?

ISAÍAS DINIZ

Eu vou falar, Izael, do que eu tenho conhecimento, do que eu posso falar.

As pessoas querem criticar a forma que a igreja administra o dízimo.

E eu vou te falar que a maior benção pra nós, eu entendo que é o Ministério não remunerado. Porque se você tiver… Tem igrejas que tem pastores remunerados e o obreiro ele é digno do seu salário.

Mas para nós retira um grande problema. O dízimo, as sobras, elas são enviadas diretamente para a sede, que está no Espírito Santo.

Você fala. Ah, é um absurdo!

Assim, sem citar nomes, eu estive numa igreja aqui em Brasília, que a arrecadação dela, nós compramos um terreno da Terracap, que é a companhia imobiliária de Brasília, e construímos um templo.

A arrecadação dessa igreja, nós gastaríamos mais de 30 a 40 anos para construir um templo, porque o dízimo não é suficiente. O presbitério vem, compra um terreno à vista, que não é barato aqui em Brasília. Constrói uma igreja em quatro meses, seis meses e entrega para os irmãos.

Não precisa fazer campanha, não precisa fazer empréstimo. Então as pessoas dizem: ah! É um absurdo!

Então aqui em Brasília, em qualquer cidade, você tem bairros com o maior poder aquisitivo e bairros com o menor poder aquisitivo.

Então as sobras de uma igreja ajudam na construção de outras igrejas. E com isso você não vai ter uma igreja com um banco super acolchoado, e no outro local, irmãos sentando num caixote, água caindo dentro da igreja, não tendo instrumento para tocar, sem microfone, fazendo campanha.

Nós temos imóveis alugados que a arrecadação não paga. Nós temos maanains, igual aqui em Brasília nós temos, são comprados à vista, esse maanaim.

Então, agora falar que a igreja esconde, não, tem auditoria, tem contabilidade, tem diretor.

Agora falar assim, não! Mas a gente quer tudo, e a informação, detalhe, detalhe. Eu sou dizimista, muito feliz com isso, já passei por igrejas sem a menor condição. Tinha microfone, teclado, projetor, televisão.

Já estive em locais que o aluguel não era suficiente, que a igreja mandava. Então ia ter tudo em comum.

Igual, novamente, as pessoas saem da igreja e ficam criticando um formato que pra mim deu super certo, que é muito bom.

Nós, se você for de uma igreja nossa e se você quiser levar uma oferta, nós não aceitamos.

Nós não criticamos quem faça isso, mas nós não pedimos dinheiro em culto. O valor, quem dá, são os membros.

O depósito é feito direto na conta do presbitério, não passa pela mão do pastor, não passa pela mão do tesoureiro, não passa pela mão do diácono.

Então, este órgão centraliza esses valores.

Com isso, igrejas são construídas, reformadas, há apoio a missões no exterior.

Já tivemos vários casos que a Igreja não fica divulgando, igual a essa enchente no sul. Mandamos geladeiras, fogões, colchões, abrigamos desabrigados, água potável, comida… Então, mas sem ficar pedindo dinheiro em culto e sem ficar com esse apelo.

Então, todos têm o mesmo templo, com a mesma estrutura, com a mesma dignidade e não precisam se preocupar…

E outra coisa! Não há um quadro na igreja com o nome de quem deu naquele mês, quem deu mais não. Você deu o dízimo? Você tem um recibo do que você entregou, você pode conferir no site.

E eu entendo, ah, mas outras igrejas fazem diferente. Podem fazer.

Mas nós fazemos dessa forma e nós temos tudo em comum. Até a arquitetura da igreja, você pode pesquisar… é tijolinho colonial. Então, onde você passa, você encontra até o mesmo formato.

É claro! Ah, mas, alguém pode falar, mas existem quatro igrejas no Brasil que são diferentes.

Tá, mas de seis mil igrejas! Quatro são diferentes, ou cinco. Mas a maioria é a mesma coisa, mesma janela, mesmo piso, mesma porta.

É claro, se alguém quiser comprar um microfone melhor, quiser comprar um instrumento melhor, é detalhe. Mas todas as igrejas… igual eu falei, passei por igrejas que demorariam mais de 40 anos para construir uma igreja, principalmente aqui em Brasília, se dependesse do dízimo.

Mas as sobras vêm de outros locais e, por isso, constrói a vista. Compra a vista, constrói a vista.

IZAEL NASCIMENTO

Um outro ponto, agora falando com o pastor Isaías Diniz, é em relação às críticas de outras denominações com relação à Maranata, que é apontada, inclusive, como sendo uma seita. Como é que a Maranata se defende disso, teologicamente falando?

ISAÍAS DINIZ

Izael, novamente, eu entendo, se a gente for pegar aqui outras igrejas grandes, igrejas tradicionais, elas não vão falar da nossa igreja como nós não vamos falar.

São pessoas e interlocutores que não representam igrejas.

Então essas críticas são pessoas… Você não vai escutar um presidente de uma igreja, vamos supor: Assembleia de Deus, Batista, Adventista ou Presbiteriana, falando isso.

IZAEL NASCIMENTO

Mas tem figuras importantes! (inaudível)… Augustus Nicodemus… algumas pessoas…

ISAÍAS DINIZ

São figuras assim que… ééé…

Temos que respeitar a liberdade de expressão.

Mas você entra no culto. Onde você pode entrar.

Todos os cultos são abertos.

Onde nós cantamos vários louvores tradicionais, além de louvores próprios.

Onde não há reunião secreta.

Onde as crianças têm um trabalho, aprendem sobre a Bíblia.

Onde as senhoras participam, onde os jovens participam.

Onde nós temos na igreja juízes, desembargadores, também, pedreiro, carpinteiro, motorista, até advogado.

Então nós temos de…

Tem músico…

Agora eu falar que é uma igreja seita, com todo respeito, é um local que é aberto, o vidro é transparente, não tem isolamento acústico para a mensagem não sair.

Então se você for hoje uma igreja, você vai poder assistir o culto, você pode receber oração, não vão perguntar de onde você é, não vão perguntar de onde você veio, quem te convidou.

Então sim, eu discordo.

É claro que nós temos que respeitar quem fala isso, mas nós sabemos o que é seita, não quero falar aqui o que eu acho que é seita, mas uma igreja com culto público.

Outra coisa, Izael, como seria uma seita se até os cultos são transmitidos ao vivo, em canal aberto de televisão? Transmitido ao vivo pelo YouTube, transmitido para a rádio.

Nós temos a madrugada todos os dias, seis da manhã, que de audiência tem mais de duzentas mil pessoas.

Agora, se cinco ou dez estão reclamando, se cinquenta estão reclamando, só a madrugada tem mais de duzentas mil pessoas escutando quase todos os dias.

Como que a igreja é uma seita se eu transmito ao vivo o culto?

Então assim, e se todo mundo pode entrar… No local de todo mundo é assistido? Com qual? Em qual sentido? Não teria como? Assim, novamente eu discordo. Ah, mas tem vinte pessoas falando isso, cinquenta?

Ah, enfim, quem sabe, por alguma forma saiu triste, algo deu errado, mas eu discordo totalmente dessa informação e convido a você a assistir um culto ao vivo ou ir numa igreja e você mesmo poder ter a sua reflexão de falar e até discordar ou de concordar comigo.

Mas eu acho que é bom você ir numa igreja. Se você puder me falar, se você me dar esse feedback. Aceito também a crítica, a sugestão, nós não somos perfeitos, mas o culto é voltado para adoração ao Senhor, não é voltado para a adoração do homem.

O ministério é voluntário, os trabalhadores são voluntários, cada um tem a sua profissão, ninguém está obrigado a ficar lá.

Então, discordo, enfim, estou feliz na igreja e cada um sirva o Senhor, onde achar melhor. Mas da igreja que eu sirvo, e hoje estou aqui como advogado, não concordo com essa crítica, respeito a liberdade de expressão, lembrando sempre, a liberdade de expressão não é liberdade de agressão.

IZAEL NASCIMENTO

Para a gente concluir, a gente sabe que muita gente que está nos acompanhando aqui agora são ex-membros que estão querendo ouvir a Igreja falar através do seu advogado.

A Igreja Maranata quer mandar alguma mensagem para essas pessoas?

ISAÍAS DINIZ

Igual nós falamos, né? Estou falando como advogado aqui da Igreja Cristã Maranata, mas também advogado de outras causas.

Igual eu falei aqui durante essa entrevista. É importante servir ao Senhor.

Agora, a crítica ou o rancor, isso não é bom para a nossa saúde física e nem espiritual.

E se alguém entendeu o que não é na Maranata ou quer procurar uma outra igreja, é importante congregar.

Mas nós podemos dar um recado.

Eu estou na igreja também, estou muito feliz, a minha família, os amigos. Quantas vezes nós vimos cada semana pessoas que estavam em casas depressivas, que não tinham mais alegria, e que através de um louvor foram libertas, que através da palavra receberam o alimento que precisavam.

Então nós temos que servir ao Senhor, não gastar o nosso tempo pra ficar se juntando.

Você quer se juntar, faça igual a igreja antiga. É o que nós fazemos. Se junta pra ter louvor, pra ter salmo, pra ter doutrina, pra ter a operação do Espírito Santo, porque a volta do Senhor se aproxima.

Nós não sabemos o dia nem a hora, mas nós precisamos estar prontos para aquele grande e glorioso dia.

Então por isso, nós não temos aqui…

E outra coisa pra encerrar.

Antes de ouvir alguém falar sobre a igreja ou sobre outro assunto, pesquise um pouco para saber quem é essa pessoa.

Como que uma pessoa se intitula pastor sem nenhuma ovelha?

Pastor sem nenhuma igreja?

Pastor com nenhuma proposta?

Pastor das críticas?

Então, quer congregar? Vai pregar? Vai seguir a sua vida? Nosso tempo é muito corrido, Izael. Muito corrido para a gente ficar todos os dias gastando para criticar, para assistir, para saber o que está acontecendo.

Então esse que é o grande cuidado. Aproveite melhor a sua família, a sua vida e o seu tempo.

IZAEL NASCIMENTO

Então Isaías, obrigado. Obrigado por ter aceito esse convite para conversar com a gente e esclarecer esses pontos.

ISAÍAS DINIZ

Tá bom, eu que agradeço. Um abraço para você, para seus ouvintes, para o seu canal.

E precisando, estamos aqui à disposição.

NOSSOS COMENTÁRIOS

1. Violação dos princípios da ética profissional (OAB)

Durante a entrevista, Isaías Diniz fez acusações diretas e exposições pessoais constrangedoras contra o Pr. Júnior Magalhães, mencionando processos em curso, inclusive de foro íntimo e sem trânsito em julgado, e ainda citou suposta agressão a uma familiar, dizendo que “viu no Google” — sem qualquer fonte confiável ou comprovação. Trata-se de um flagrante desvio ético:

O advogado está proibido de utilizar o conhecimento jurídico para difamar terceiros, especialmente fora do processo judicial (arts. 2º e 31 do Código de Ética da OAB);

Ele feriu o princípio da lealdade profissional e da discrição, ao divulgar informações de processos que ainda estão “em grau de recurso”, o que pode ser interpretado como tentativa de manipular a opinião pública;

Ao atacar moralmente alguém que atua na defesa de vítimas da instituição que ele representa, ele compromete a própria integridade e a confiança pública na advocacia.

2. Estratégia de desqualificação e intimidação

Isaías recorre com frequência ao argumentum ad hominem, tentando desqualificar os críticos da Igreja Maranata como “pastores sem igreja”, “sem projeto”, “sem ovelhas” — como se o valor de uma crítica dependesse da posição institucional de quem a faz.

Essa atitude revela um desprezo por ex-membros, que são tratados não como cidadãos com direitos, mas como traidores ou ressentidos. Ele relativiza os relatos de abuso psicológico e manipulação espiritual, dizendo que “não viu” nenhum caso — invalidando experiências pessoais de centenas de pessoas que relatam sofrimento legítimo.

3. Inversão da narrativa: quem é a vítima?

Isaías tenta reverter a narrativa: quem denuncia a igreja é retratado como agressor e a igreja como vítima. Usa termos como “assédio processual” de forma distorcida, defendendo que a avalanche de ações judiciais contra ex-membros é apenas “exercício do direito de ação”.

Mas quando um canal com centenas de vídeos faz críticas documentadas, ele chama de “obsessão” e “rancor”. Ao fazer isso, naturaliza o poder institucional como verdade e desqualifica toda forma de resistência como desvio, ódio ou doença espiritual.

4. Contradições teológicas e discurso religioso manipulador

Apesar de se apresentar como advogado, Isaías se mistura constantemente com o papel de pastor e porta-voz espiritual da instituição. Em nome de Jesus e da Bíblia:

Ataca diretamente ex-membros e líderes dissidentes com tons de zombaria, desprezo e desqualificação moral;

Justifica a centralização total das finanças da igreja como modelo “abençoado” — sem qualquer menção a mecanismos de transparência ou controle externo;

Defende Gedelti Gueiros com veemência, relativizando expressões ofensivas ditas por ele (“nóia”, “mongue”, etc.) e exaltando sua longevidade como prova de virtude — ignorando denúncias graves de autoritarismo e abuso de poder espiritual.

5. Espiritualização do controle institucional

Isaías termina a entrevista com um apelo à “congregação”, “louvor” e “preparo para a volta de Jesus”, mas usa a linguagem espiritual para deslegitimar todo questionamento. Ele sugere que quem critica a igreja está perdendo tempo, desviando-se da fé, sendo inútil ao Reino de Deus.

Esse discurso, embora revestido de piedade, funciona como mecanismo de silenciamento e autojustificação teológica. A estrutura é simples: ou você está com a igreja, ou está contra Deus.

Conclusão

A entrevista de Isaías Diniz é um exemplo didático de como a autoridade jurídica e religiosa podem ser instrumentalizadas para proteger instituições, não pessoas. Em vez de dialogar com maturidade, ele defende a reputação da igreja atacando indivíduos. Em vez de ouvir vítimas, nega sua existência ou culpa sua fragilidade emocional. E em vez de buscar reconciliação, desencoraja a denúncia e estimula o silêncio.

Do ponto de vista bíblico, a atitude contrasta com o que Paulo ensinou em Efésios 4:15 — “seguindo a verdade em amor”. Defender a fé não é assassinar reputações. Pregar o evangelho não é reprimir quem denuncia abusos. E servir a Deus não é idolatrar líderes.