OBS: A filosofia não muda de sentido, como disse Gedelti!

A filosofia, como um campo de investigação e reflexão, não muda de sentido como se alterasse a sua essência ou propósito – que é buscar respostas para questões fundamentais sobre a existência, o conhecimento, a moralidade, e outros aspectos da experiência humana.

No entanto, o foco, os métodos e as interpretações filosóficas evoluem com o tempo, influenciados por mudanças culturais, históricas, científicas e sociais.

OBS: Tiago disse que a fé sem obras é morta, de modo que o agir seria a aplicação prática da fé.

Não bastasse isso, TIAGO AFIRMOU QUE NINGUÉM SERÁ JUSTIFICADO PARA A SALVAÇÃO SOMENTE PELA FÉ, SE ESTA NÃO ESTIVER ACOMPANHADA DE OBRAS.

Vejamos o que nos diz Tiago:

Porque será exercido juízo sem misericórdia sobre quem não foi misericordioso. A MISERICÓRDIA TRIUNFA SOBRE O JUÍZO!

DE QUE ADIANTA, MEUS IRMÃOS, ALGUÉM DIZER QUE TEM FÉ, SE NÃO TEM OBRAS? ACASO A FÉ PODE SALVÁ-LO?

Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: “Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se”, sem porém lhe dar nada, de que adianta isso?

Assim também A FÉ, POR SI SÓ, SE NÃO FOR ACOMPANHADA DE OBRAS, ESTÁ MORTA.

Mas alguém dirá: “Você tem fé; eu tenho obras”. MOSTRE-ME A SUA FÉ SEM OBRAS, E EU LHE MOSTRAREI A MINHA FÉ PELAS OBRAS.

(…)

Não foi ABRAÃO, nosso antepassado, justificado por obras, quando ofereceu seu filho Isaque sobre o altar?

Você pode ver que tanto a fé como as obras estavam atuando juntas, e a fé foi aperfeiçoada pelas obras. Cumpriu-se assim a Escritura que diz: “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça”, e ele foi chamado amigo de Deus.

Segundo Tiago, uma pessoa é justificada por obras, e não apenas pela fé.

Caso semelhante é o de RAABE, a prostituta: não foi ela justificada pelas obras, quando acolheu os espias e os fez sair por outro caminho?

ASSIM COMO O CORPO SEM ESPÍRITO ESTÁ MORTO, TAMBÉM A FÉ SEM OBRAS ESTÁ MORTA.

Meus irmãos, não sejam muitos de vocês mestres, pois vocês sabem que nós, os que ensinamos, seremos julgados com maior rigor.” (Tiago 2.13–3.1, NVI)

Notem que Tiago fala sobre a misericórdia, que é o exercício do amor ágape e também fala sobre a atitude de Abraão e de Raabe. Ambos acreditaram em Deus e agiram colocando em prática a palavra que receberam, revelando o quanto creram que aquela palavra vinha de Deus.

OBS: Gedelti apresenta informações equivocadas sobre Kant e nem mesmo se preocupa em citar a fonte desses conceitos porque sabe que seu público não tem interesse em conhecimento.

 Immanuel Kant não considerava a fé como “teorética”. Na verdade, ele fazia uma distinção muito clara entre os campos do conhecimento teórico e prático. Para Kant, a fé está associada à razão prática, e não à razão teórica.

As principais obras de Kant em que ele enfrenta a questão da fé são “Crítica da Razão Prática” (1788) e “A Religião dentro dos Limites da Simples Razão” (1793). Ambas são complementares no desenvolvimento de sua filosofia moral e religiosa. A partir dessas obras podemos extrair informações corretas sobre a visão de Kant sobre a fé:

Razão teórica vs. razão prática:

A razão teórica lida com o que podemos conhecer por meio da ciência e da experiência (fenômenos do mundo sensível). Ela é restrita ao domínio do que pode ser provado ou demonstrado empiricamente.

A razão prática, por outro lado, trata do que devemos fazer — questões éticas e morais. É no âmbito da razão prática que a fé desempenha um papel crucial.

Fé prática:

Kant descreve a fé como uma fé moral ou prática, baseada na necessidade de pressupor certos princípios para sustentar a ação ética. Por exemplo:

Ele acreditava que, para que a moralidade tenha sentido, devemos supor a existência de Deus, a imortalidade da alma e a liberdade. Essas ideias não podem ser provadas pela razão teórica, mas são pressupostos necessários para agir moralmente.

Essa é a chamada “fé racional prática”, ou seja, não é uma crença cega, mas algo que a razão prática considera necessário.

CRÍTICA AO USO TEORÉTICO DA FÉ:

Kant era crítico de qualquer tentativa de usar a razão teórica para provar a existência de Deus ou verdades religiosas. Ele rejeitava os argumentos tradicionais, como o argumento ontológico e o argumento cosmológico, dizendo que estão fora do alcance da razão teórica.

Religião dentro dos limites da razão:

Em seu livro “A Religião dentro dos Limites da Simples Razão” (1793), Kant argumenta que a religião deve ser compatível com a razão e subordinada à moralidade. Para ele, a prática ética é o verdadeiro fundamento da religião, e não dogmas ou rituais.

RESUMINDO:

Kant não considerava a fé como teorética (ligada ao conhecimento), mas como prática, um fundamento moral necessário para a ação ética. A fé para Kant não é baseada em provas ou demonstrações, mas sim em pressupostos racionais que sustentam o agir moral.

OBS: JOHN LOCKE NUNCA AFIRMOU QUE A FÉ É IMAGINAÇÃO.

Ele tratou da fé em seu principal trabalho filosófico, “Ensaio sobre o Entendimento Humano” (An Essay Concerning Human Understanding, 1690), onde faz uma distinção cuidadosa entre fé e razão.

A VISÃO DE LOCKE SOBRE FÉ E RAZÃO:

Razão e fé como faculdades diferentes:

Locke define a razão como a capacidade de julgar as verdades com base em evidências e demonstrações, enquanto a fé é a aceitação de verdades reveladas por Deus, que não podem ser provadas pela razão.

Para Locke, fé e razão não devem se contradizer. Se algo contradiz a razão ou a experiência, não pode ser considerado uma verdade da fé.

A RELAÇÃO ENTRE FÉ E RAZÃO:

Locke considerava que a razão tem um papel superior: é ela quem julga se uma revelação divina é genuína.

Ele escreve:

“A fé, portanto, é a aceitação de algo como verdade com base na autoridade divina que o revela. Contudo, nada pode ser aceito pela fé que esteja em contradição com o conhecimento claro e evidente oferecido pela razão.”

FÉ NÃO É IMAGINAÇÃO:

Locke diferencia claramente a fé da imaginação. Ele considera a imaginação como uma construção mental sem fundamento objetivo ou revelação divina.

A fé, em sua visão, tem como base a autoridade de Deus, enquanto a imaginação pode ser produto de enganos ou fantasias humanas.

Crítica ao dogmatismo e ao fanatismo:

LOCKE ERA CRÍTICO EM RELAÇÃO AO USO IRRACIONAL DA FÉ. Ele alertava contra a aceitação de crenças baseadas apenas na autoridade de outros homens, sem passar pelo crivo da razão.

OBS: Gedelti quer apenas mostrar cultura, mas fala coisas sem sentido. Ele disse que a escolástica medieval trouxe, juntamente com a religião todo o processo, mas NÃO DISSE QUE PROCESSO É ESSE. O QUE SIGNIFICA ISSO? QUAL O SENTIDO DA FRASE DE GEDELTI? Simplesmente não tem sentido e ele parece querer isso mesmo, que as pessoas fiquem confusas, pensando que são ignorantes, mas que Gedelti sabe o que está dizendo.

OBS: ESCOLÁSTICA, METAFÍSICA E RENÉ DESCARTES

A ESCOLÁSTICA se desenvolveu principalmente na Europa medieval, entre os séculos XI e XIV. É UM MÉTODO DE ENSINO que une a tradição filosófica com a teológica.

Surgiu com o objetivo de sistematizar, explicar e defender os ensinamentos da fé cristã utilizando a razão e os métodos da filosofia clássica, especialmente a de Aristóteles.

METAFÍSICA é uma área da filosofia que estuda a natureza fundamental da realidade, buscando compreender os princípios e as causas primeiras de tudo o que existe. Ela examina questões profundas sobre o ser, a existência, e o que está além do mundo físico e empírico, daí o nome “metafísica”, que significa literalmente “além da física”.

Questões metafísicas incluem:

O que é real?

Existe algo além do mundo físico?

Qual é a relação entre mente e matéria?

RELAÇÃO DA ESCOLÁSTICA COM A METAFÍSICA, exemplos:

A existência de Deus: São Tomás de Aquino (com as “Cinco Vias”) buscava demonstrar que a existência de Deus podia ser conhecida pela razão, além da fé.

A natureza do ser: corpo e alma. Sob influência de Aristóteles, a alma seria a forma do corpo (uma unidade inseparável), distanciando-se da teoria de Platão, que via o corpo e a alma como entidades separadas. Para Platão, a alma seria imaterial e imortal, porque dizia respeito ao mundo das ideias, perfeita e imutável. A alma estaria presa temporariamente em um corpo material, transitório e sujeito à corrupção.

Unidade entre fé e razão: a Escolástica buscava uma síntese entre a teologia e a filosofia. A metafísica fornecia as bases para explicar, por exemplo, a relação entre o mundo natural e o sobrenatural, bem como entre o finito e o infinito.

RENE RESCARTES

Descartes rejeitou o método escolástico, que era baseado na autoridade de textos antigos, principalmente Aristóteles, e na disputa dialética. Também se opôs à abordagem escolástica de aceitar verdades baseadas na autoridade de textos religiosos ou filosóficos. Ele insistia que todo conhecimento deve ser fundamentado na razão e na experiência. Propôs um método baseado na dúvida sistemática, na evidência clara e distinta e na dedução lógica, como descrito em sua obra Discurso do Método.

Descartes, também, discordando da escolástica, retomou elementos platônicos sobre corpo e alma (dualismo), com naturezas distintas, onde o corpo seria material e a alma imaterial (mente).