
EBD/ICM: ENTRE A ESCATOLOGIA DO MEDO E A PRÁTICA DA CONTRADIÇÃO
EBD/ICM 1/6/2025
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NOSSOS COMENTÁRIOS SOBRE A MENSAGEM DE GEDELTI GUEIROS, EM REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES, NO CANAL DA IGREJA CRISTÃ MARANATA NO YOUTUBE! https://www.youtube.com/watch?v=JXNk6SJ2Dw0
00:00:00 = 00:52:22 Gedelti
Bem, em primeiro lugar, eu quero agradecer aos meus amigos aí da escola bíblica, as crianças, adolescentes e até esses irmãos que têm alguma dificuldade, mas são sinceros. E eu creio mais neles do que em você, Gilson.
Vamos lá.
Meus irmãos, é bom esclarecer a preocupação da Igreja Cristã Maranata, porque não temos outro endereço, é o nosso endereço, de que a nossa preocupação hoje, com relação a palavra e ministério, é deixar uma igreja em condições de decidir por conta própria o seu destino.
Há um mundo em convulsão, isso não precisa nem falar sobre isso. E um desespero de modo geral, mudanças de todo tipo, que ocorrem, e sempre nós estamos observando para o pior. Porque é o governo que vem aí, o governo que o mundo escolheu e vem escolhendo.
Quando o Senhor determinou, trouxe para o mundo o Evangelho, colocou à disposição do Espírito Santo, o homem rejeitou. Ele não quis, em grande parte.
Então a luta da igreja é manter aquilo que foi a promessa e que foi dada e que está à disposição da igreja, que é a operação do Espírito Santo, é o governo do Espírito Santo. Isso se tornou alguma coisa genérica ou generalizou.
Então diz assim: a nossa igreja, a nossa religião…
Isso não está funcionando.
Nós temos mostrado que a religião ela tem um fim, ela vai acabar. Por quê? Porque tanto o lado do chamado cristianismo foi todo para a política. Então a besta foi ferida, mas ela volta outra vez politicamente, porque se ela não for para o lado político, ela se acaba.
Essa igreja infiel, se ela for pro lado… E qual é o lado político? É o lado que nós estamos vendo em guerra. O mundo inteiro está numa guerra política. Qual é essa guerra? Se dissermos: eu não sei! Seria uma mentira.
Nós estamos vendo que há uma guerra política do mundo inteiro que se volta contra um país que se chama Israel. Então, nós não estamos aqui para defender Israel sob o aspecto militar, nem social, nem econômico, nem nada. Não temos nenhum compromisso com Israel. Mas nós sabemos que Deus tem um projeto para Israel como tem para os restantes. Mas para Israel é bíblico e nós estamos vendo dentro da palavra que a situação que está o mundo caminhando nessa direção de uma grande luta, uma grande disputa política no mundo e o mundo todo se unindo para ir contra um país, um país, uma população, que você pergunta: qual o pecado desse pessoal? Ninguém descobre. De repente: ‘não! Sou contra o sionismo! Ninguém nem sabe o que é sionismo. Então, as pessoas são assim, o mundo inteiro voltado contra uma população, contra um povo, contra uma nação.
Nós não temos nada com isso, não vamos defender ninguém aqui, mas temos que entender que profeticamente é um mundo sendo preparado para um governo, um governo que está sendo já forjado por ele mesmo, pelos erros do mundo.
Então, aquilo que o mundo quer, que o homem quer, vai acontecer. É o governo do homem na história do mundo. É tudo que o mundo pensa. As pessoas dizem: não, agora o mundo só vai ser resolvido com um governo único! E as nações estão aí, se preparando para a guerra, e 5% do PIB na Europa e não sei mais o quê…, e armamento, e armamento. Ninguém sabe o que vai acontecer depois de tudo isso, ou diante de tudo isso.
Mas a verdade é que a igreja ela tem que subsistir. Nós somos igreja e estamos nesse contexto. Nós temos que saber onde nós estamos. O que vamos fazer diante de tudo isso?
Então, a nossa grande preocupação hoje é preparar um povo para subsistir, para sobreviver. E tem que ser individual. Não é: “a nossa igreja…” Isso não existe! O nosso povo, os invangélicos [deboche com a palavra evangélicos]. Não existe isso!
Existem pessoas que receberam uma bênção, que estão em comunhão com o Senhor, que querem viver, sobreviver até a hora do seu chamado, lutando com todas as forças para sobreviver espiritualmente, porque o mundo que está aí é uma lata de lixo, hoje é uma lata de lixo, e você tem que sair dela. Ou… A religião virou esse lixo, é uma parte desse lixo. Ela tá tapando tudo. As pessoas não têm o que respirar espiritualmente. Joga um grupo pra cá, outro grupo pra lá… Então as pessoas estão vivendo isoladamente, e dessa confusão que aí está, ninguém sabe onde é que está a verdade, a verdade é relativa. Então é tudo assim, tudo uma mistura. Uma hora era filosófica, outra era teológica, outra era patológica, então lá vai. As pessoas estão sendo levadas num rumo que todos já sabem qual é. É a destruição da própria sociedade e da própria família.
Querem ver?
A primeira grande revolução que veio depois da Revolução Industrial. O que aconteceu? Foi a primeira colocação do governo que vai assumir o mundo. Ele disse o seguinte: rico e pobre, acabou! Então, a própria igreja viu isso e a encíclica papal, em 1893, editada pelo Papa Leão XIII, ele ditou a Heru Novaro. A Heru Novaro era trazer os pobres para dentro da igreja. O Papa estava certo, porque a industrialização tirou o pobre lá dos feudos, porque eles serviam aos senhores feudais a troco de comida e proteção. Mas eles estavam isolados.
Quando veio a Revolução Industrial, o dinheiro dos feudos que ia para a igreja desapareceu, porque os senhores feudais jogaram o dinheiro na indústria, nas construções e tudo isso, na grande revolução. E os pobres que trabalhavam nos feudos foram para as fábricas. Então, eles se juntaram ali. Eles se uniram ali e começaram a dizer assim: nós agora podemos sobreviver, porque éramos isolados dos feudos, ninguém tinha direito a coisa nenhuma, mas agora não. Agora nós somos agora uma massa, e nós vamos decidir por conta própria, e isso com o auxílio da teoria de Marx e de Engels, que era a teoria socialista.
Então, onde entrou filosofia de Marx e teologia de Engel, tudo o que eles precisavam.
Então veio o que se chamou ideologia. Mas vejam só, meus irmãos, o que eu quero dizer é: para onde o mundo está caminhando e o ponto que ela chegou, que nós já começamos a ver. Então, é, rico contra pobre, pobre contra rico, pronto. Estabeleceu o comunismo, o socialismo estabeleceu isso.
Não somos contra nem a favor o que o socialismo prega, nem contra… Nada, absolutamente. É o papel do mundo, é esse mesmo. Então, a grande divisão, rico e pobre. Ficou nisso? Não. Aí começou a passar preto contra branco. Índio contra o branco. Fazenda contra fazendeiro e não sei o que, tal…
E agora, agora, a luta que se trava é a mulher contra o homem. Sexo feminino contra o masculino e vice-versa. Um negócio que não tem nem cabimento, nem cabimento. Onde havia a possibilidade das pessoas se entenderem, agora que piorou.
E eu sempre digo, eu disse até para os homens que estavam lá, que fazer culto agora em igreja, em religião, é bobagem, é fazer ringue, pros dois no primeiro dia começar logo a briga. Um ringue, marido e mulher. Sabe pra quê? Sabe por causa de quê? Não é por causa de que a mulher é pior, melhor, nem porque o homem é isso…, não.
Sabe por quê? É por causa da família, da criança que vai nascer num ambiente de guerra. Ele vem, nasce, não tem como educar uma criança onde o lar está dividido. Onde o homem briga com a mulher o dia inteiro e vice-versa. Então, a família acabou. Ela não tem mais pé.
Então, não somente isso, isso tudo faz parte de um conjunto onde o amor de muitos se esfriará: é pai contra filho, filho contra pai, é do projeto. Os irmãos estão entendendo?
Então é um mundo em convulsão. Mexeu com a família, acabou! Pronto, acabou! Aí depois você mexe com o gênero, mexe com não sei o quê, troca isso aqui, o camarada trocou o coração, trocou o cérebro, trocou o rim, trocou não sei o quê, troca de casamento, troca de tudo, troca, homem não é homem, mas mulher, lá vai essa confusão.
Meus irmãos, esse é o mundo pronto para ser administrado pelo homem, pelo mundo, pelo poder que aí está, que é o Deus deste século. É Ele quem vai sentar no trono.
E a nossa preocupação agora… que isso que é importante! É dizer aos nossos irmãos que cada um cuide de si. Cuide da sua vida! De que forma? Você tem todos os recursos, você tem a oração, você tem a igreja, você tem a comunhão, você tem o clamor [doutrina da ICM sobre o clamor pelo sangue de Jesus]…
O Senhor tem nos dado esses recursos que ninguém tem!
Não tem, sabe por quê? Porque não quer. Não tem porque o Deus do século é que é o Deus deles. Aí você chega numa situação dessa, hoje aqui, como diz: Sinagoga de Satanás. Por que, na igreja de Filadélfia, sinagoga de Satanás? Porque a sinagoga de Satanás, lá em Esmirna? Na hora da luta da igreja, a pior luta que a igreja enfrentou, estavam os camaradas lá querendo mudar o evangelho: não, você não come isso, você não come aquilo, você faz aquilo, você guarda tal dia, não sei o quê. Os irmãos estão entendendo? Para trazer problema.
Na igreja de Esmirna já não bastava o sofrimento da igreja para as cruzes, para as fogueiras, e os camaradas inventando um monte de coisa.
A mesma situação hoje. A igreja, a preocupação é: sinagoga de Satanás. Aqueles que se dizem judeus, não são.
Eles estão… meus irmãos, é uma trama, é uma trama maligna do apóstata e do anátema. O anátema, observe, ele vai em cima do que é o profético. Ele não quer o profético. Querem ver onde é que tá o texto? Assim… lá, Paulo diz assim: Maranata, o Senhor Jesus vem. Anatema é quem não crê que Jesus vem!
Por que que ele não crê? Porque ele não crê no profético. Então, ele anulou o profético. Então, quando você vê: “olha, Jesus vem, vai levar uma igreja, depois vem buscar o resto”. Não existe isso!
O resto que eles acham, é para dizer assim ó: “vai ficando aí, vai pecando, porque seu lugar aqui é o mundo mesmo”.
Não tem revelação, ele não tem como sair daqui. Quem não tem revelação, não tem esperança da eternidade. Os irmãos estão entendendo? Então você tira a revelação, você tira o profético, você tira a eternidade do homem.
Então, a nossa grande luta é dizer: não! Existe a eternidade! Quem não crê em Jesus, que Jesus vem, seja anátema.
É mentira. O anátema junto com apóstata é a pior coisa que tem. A apostasia, ela nega a obra do Espírito Santo e introduz os sentimentos humanos. O que é filosófico, o que é teológico, o que é idolatria. E a idolatria dominou de tal maneira que as pessoas não veem mais Deus, não veem coisa nenhuma. É o ídolo, é a vela, é o copo de água, é não sei mais o quê.
Meus irmãos, nós estamos correndo disso. E a nossa preocupação é preparar individualmente as pessoas. Por isso, nós temos isso, ó, pregação de noite é muito bom. Tem um grupo que só quer ouvir pregação. Então ele vai lá, ouve pregação. Aquilo não funciona. Não funciona. Ele ouve dez coisas, não guarda nada. Entra pelo ouvido, sai pelo outro.
Então, o que tem que ser feito? É isso que está sendo feito: doutrina. Ensino da palavra. Onde você está num ambiente que precisa se defender. Quais são as armas que você tem? Se você não usar as armas que você tem, você não vai vencer. Vai ser derrotado. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas elas são poderosas em Deus, para destruir as fortalezas.
Meus irmãos, a nossa preocupação toda hoje é essa, é você, na sua igreja.
Não é o seu pastor! Não é na multidão que aí está, dos crentes, dos invangélicos [deboche com a palavra evangélicos] que estão aí! Não é nada disso!
A nossa preocupação é de que você esteja seguro no Senhor, naquilo que vem da eternidade. Fica com aquilo que é o profético. Os dias vão passando e você vai chegar num dia certinho, estar em condições de prestar contas a Deus. Você não virou um anjo, você não tem asa, você não é uma pessoa excepcional, não! Você é gente, com suas lutas, com suas dificuldades. Errou hoje, acerta amanhã e vamos vivendo mais confiados no Senhor.
Então essa é a nossa palavra. Eu gostaria de que hoje os irmãos entendessem até uma mensagem que foi colocada aí: a pérola! É descobrir a pérola, descobrir Jesus na sua vida, Ele se revelar na sua vida, porque o Espírito agora é de revelação, Ele quer revelar Jesus.
Então está ali a irmã, está ali o irmão, ele quer mostrar o Senhor Jesus, ele quer dizer à sua noiva, quem é Ele! E essa noiva tem que estar segura nele de tal maneira que ela tenha confiança nele.
Não, ele foi arranjar o lugar, foi preparar a casa. Não é como você diz num casamento. Arranjou um emprego, arrumou a casa, tá tudo certo. É isso que tem que ser. E ele quer se revelar. Ele quer mostrar que ele tem todos os valores que você precisa para ser feliz com ele.
Então, é a pérola de grande preço, aquilo que você descobre, é Jesus descoberto nessa hora, é revelação, é o Espírito de revelação, é o Espírito de Jesus nessa hora, na vida da igreja.
Eu vou parar aqui, mas antes, eu quero fazer um comentário rápido aqui, dizer o seguinte: Portugal, agora, passou quatro mil a mais do que Estados Unidos. Precisa conversar lá com o Ronildo para saber o que está acontecendo lá com os Estados Unidos.
Então, nós temos aqui, em Vila Velha, muitas igrejas, mas não tem trinta… Nós sempre escolhemos 30 igrejas que têm 100% de participação na Escola Bíblica Dominical. Não tem ninguém de Vila Velha! Nem um pastor! Tem que orar pelos pastores de Vila Velha.
Nem um!
Nós temos um pastor aqui, quer ver? Nós temos pastor aqui de Campo Grande, de Cariacica, nós temos pastor aqui de Linhares, tá aqui o José Rodrigues, nós temos pastor aqui de Guarapari, aqui nós temos pastor de Barra de São Francisco, nós temos pastor aqui de Morada do Ribeirão de São Mateus, nós temos de Aracruz, nós temos aqui de Santa Leopoldina, nós temos sete!
Nenhum de Vila Velha. Nenhum de Vila Velha. Nenhum de Vitória, de Cariacica… Nenhum de Serra!
Não é possível!
Aí você diz assim: ah, porque não conseguiu alcançar!
Não! E como é que eles conseguiram, esses daqui conseguiram? E Vila Velha não consegue? Que negócio é esse? Tem alguma coisa errada aí! Tem que acertar isso.
Mas, olha, em compensação, o Estado do Espírito Santo tem quatro igrejas que não participaram, não mandaram as contribuições. Você pergunta: o que houve? O pastor está doente? Por que não mandou?
Então, quer que sua igreja cresça desse jeito? Quer ver aqui? Não é só a Vila Vera, não! Vila Velha… Olha aqui: o Estado do Espírito Santo é mestre nisso aqui: de cinco igrejas, três são do Estado do Espírito Santo, que não mandaram contribuição. Não pode ser! Aqui tão perto! Não é verdade? Não tem motivo pra isso!
Então, alguma coisa precisa ser feita aqui. E nós vamos acertar essa turma que tá entendendo que tem uma obra pra fazer deles, que não é do Espírito Santo.
Meus irmãos, a paz do Senhor por hoje. Gilson, pode ir embora?
Josias, pode entrar aqui. Josias, a minha Bíblia não! A minha tem revelação!
00:21:49 Josias Júnior
São um milhão e meio.
00:21:51 Gedelti
Quinhentos e dez.
00:21:53 Josias Júnior
Um milhão quinhentos e dez mil! São 10 mil, né? Esses 10 e aqueles 10. 10 mil. Pessoas que estão inscritos.
00:22:04 Gedelti
Não, não. Quantos aqui pediram pra botar?
Indicou? Alguém indicou?
00:22:10 Josias Júnior
Isso. E aí, vocês compartilharam?
NOSSOS COMENTÁRIOS
A EBD DA IGREJA CRISTÃ MARANATA EM 8/6/2025: ENTRE A ESCATOLOGIA DO MEDO E A PRÁTICA DA CONTRADIÇÃO
Introdução: Entre a Pérola e a Lata de Lixo
Na EBD do dia 8 de junho de 2025, transmitida mundialmente pelo canal oficial da Igreja Cristã Maranata no YouTube, o presidente e fundador da instituição, Gedelti Gueiros, falou durante aproximadamente 22 minutos. Embora se referisse ao tema da “pérola de grande valor” como símbolo da revelação de Jesus, a tônica predominante foi uma crítica ampla e agressiva ao mundo moderno, à religião tradicional, às famílias, às ideologias e, sobretudo, a ex-membros e críticos da própria Maranata — a quem chamou indiretamente de anátemas e apóstatas.
A presente análise examina o conteúdo da fala de Gedelti em cinco frentes: espiritual/teológica, histórica/política, ética/moral, filosófica e institucional — com exemplos concretos e base documental. A análise também reflete sobre o contraste entre o discurso oficial da instituição e sua prática pública, especialmente no uso de ações sociais e mídias digitais como ferramentas de autopromoção, desconsiderando os próprios necessitados internos.
1. Doutrina e Exclusivismo: o Evangelho Reduzido à Maranata
Logo no início, Gedelti rejeita abertamente a eficácia da pregação tradicional do evangelho, dizendo que ela “não funciona” e que o que de fato opera é o aprendizado das doutrinas transmitidas por ele nas EBDs. Segundo ele, a religião virou uma “lata de lixo” e a “igreja verdadeira” só subsiste por meio do ensino que oferece recursos exclusivos como a “oração, comunhão e clamor” — elementos definidos segundo a teologia da “Obra”.
Essa concepção:
· nega a centralidade bíblica da evangelização (cf. Marcos 16:15; Romanos 10:17),
· institui uma espécie de mediação salvadora por doutrina, o que beira a heresia segundo os próprios parâmetros evangélicos,
· exclui todos os demais cristãos, tratados pejorativamente como “invangélicos”.
O Cristo apresentado por Gedelti é acessado não pela fé genuína no Evangelho, mas por meio do canal doutrinário específico da ICM. Essa teologia é altamente sectária e desconectada da comunhão universal do corpo de Cristo, violando o espírito de passagens como João 17:21 e Efésios 4:4-6.
2. Contradições Históricas: Quem é o Verdadeiro Apóstata?
Um dos alvos do discurso foi o “apóstata”, definido por Gedelti como aquele que “saiu do nosso meio e agora nega tudo o que antes pregou”. Ora, tal acusação se refere indiretamente a figuras como o Pr. Anchieta Carvalho (ex-Maranata e atual líder da Igreja Reformada de Vila Velha) e ao Pr. Sólon (canal Maranata Anátema).
No entanto, a incoerência salta aos olhos: Gedelti foi, ele próprio, um apóstata segundo seu próprio critério, pois:
· era presbítero da Igreja Presbiteriana de Vila Velha;
· rompeu com a instituição e formou sua própria igreja, inicialmente chamada “Cristã Presbiteriana” e depois “Cristã Maranata”;
· abandonou o que pregava e passou a atacar a mesma tradição da qual saiu.
O livro de Joel Ribeiro Brinco, ex-presbítero da IPB de Vila Velha, e os vídeos de documentação histórica expõem essa ruptura:
· A verdadeira história da Maranata
· Gedelti Gueiros e a criação da ICM
O uso do termo “apóstata” contra críticos, enquanto se omite o próprio passado institucional, revela uma tentativa de criar inimigos simbólicos como ferramenta de coesão doutrinária e controle emocional dos membros.
3. Filosofia, Família e “Guerra de Gênero”: A Escatologia do Medo
A fala também mistura críticas às ideologias modernas, à filosofia política e à luta por direitos sociais com uma escatologia apocalíptica simplista. Gedelti atribui à Revolução Industrial e à filosofia de Marx e Engels a destruição da família. Chega a afirmar que “hoje, fazer culto é fazer ringue entre marido e mulher”, pois a religião criou guerra entre os sexos.
No entanto:
· trata-se de uma visão distorcida e reducionista da história da filosofia e da sociologia;
· Engels nunca foi teólogo e Marx não pode ser responsabilizado por todas as mudanças de estrutura familiar do século XX;
· a tentativa de colocar a “guerra de gênero” como um produto da ideologia socialista ignora décadas de estudos sérios sobre patriarcado, violência doméstica e desigualdade estrutural.
Mais grave ainda é o fato de que a própria ICM, sob a liderança de Gedelti, promove a divisão familiar ao:
· proibir comunhão com familiares que deixaram a igreja;
· ensinar que “nem com os tais comais” se aplica a parentes ex-membros;
· incitar a exclusão relacional com base em fidelidade institucional.
Vídeo que registra essa orientação: https://www.youtube.com/watch?v=l5RA1JRL5GI
A crítica à destruição da família não se sustenta diante da doutrina da exclusão familiar praticada internamente pela própria liderança.
4. Ética, Transparência e o Caso Belém/PA
A Circular nº 029/2025, da igreja em Belém/PA, solicita doações para uma família atingida por incêndio. O pedido é legítimo, mas levanta sérias questões:
· Por que a ICM não possui um fundo de emergência institucional para atender tais casos, apesar da centralização dos dízimos?
· Por que depende de “vaquinhas” e contribuições espontâneas via PIX, enquanto divulga ações sociais com apoio da mídia?
· Por que não há qualquer prestação pública de contas sobre a aplicação de recursos para casos como esse?
Enquanto isso, a ICM investe em marketing religioso, promovendo eventos como o divulgado em A Tribuna Online com mais de 500 voluntários e 10 mil participantes:
· Vídeo institucional com ações sociais
Essas ações não são fruto de planejamento orçamentário da instituição, mas de voluntariado dos membros, que muitas vezes nem têm suas próprias necessidades atendidas — como no caso de Belém.
5. Controle Institucional, Métricas Digitais e Assédio Velado
Ao final da EBD, Gedelti exibe outro elemento de controle e constrangimento: exposição pública de pastores que não alcançaram 100% de participação na EBD, com destaque negativo às igrejas de Vila Velha, Vitória e Serra. A crítica é dirigida aos pastores locais e se mistura com cobranças sobre contribuições.
Esse tipo de cobrança pública é:
· contrário à ética pastoral (cf. 1 Pedro 5:2-3);
· motivado, ao que tudo indica, por disputas internas alimentadas por sistemas de respostas manipulados com uso de robôs e CPFs de membros — como denunciado por um diácono da própria ICM.
Ao mesmo tempo, a instituição celebra o alcance de 1.510.000 inscritos no YouTube, mas não divulga os números reais de membros ativos ou a frequência real nas igrejas. A discrepância entre inscritos e visualizações sugere crescimento artificial ou manipulação de métricas.
Conclusão: A Obra do Espírito ou a Obra de Gedelti?
A EBD de 08/06/2025 revela uma ICM centrada na figura de Gedelti Gueiros, marcada por:
· doutrina exclusivista e autorreferente;
· ataques aos dissidentes e revisionismo histórico;
· confusão conceitual entre fé, política e filosofia;
· omissão institucional frente a seus necessitados;
· uso da fé como instrumento de controle e autopromoção.
Não se vê o Cristo dos evangelhos sendo pregado como centro da fé, mas sim a fidelidade a uma doutrina, a uma estrutura e a um homem que se apresenta como portador de revelações exclusivas. A pergunta que se impõe aos membros da ICM e ao público cristão em geral é:
O Espírito Santo é livre para agir nas vidas e igrejas além da Maranata — ou está preso a uma única estrutura institucional centralizada e marcada por incoerências?
O MARKETING E A REALIDADE!

MAIS SOBRE A AÇÃO SOCIAL E FRATERNIDADE
A Incoerência Entre o Discurso Público e a Prática Institucional da Igreja Cristã Maranata
1. Introdução
A Circular nº 029/25 emitida pelo Presbitério Espírito Santense da Igreja Cristã Maranata (ICM), datada de 4 de junho de 2025, solicita orações e doações para uma família da ICM-Cremação (Belém/PA) que perdeu todos os seus bens materiais em um incêndio. O pedido é veiculado com apelo emocional e fundamentação bíblica (Romanos 12:10). Em si, o gesto parece cristão e solidário. No entanto, à luz das falas públicas do presidente Gedelti Gueiros e da prática institucional da ICM, essa circular evidencia profundas incoerências éticas, doutrinárias e administrativas que precisam ser desmascaradas.
2. A Doutrina da “Obra” Versus o Amor Prático
Gedelti costuma afirmar que a verdadeira igreja deve ser formada por indivíduos espiritualmente preparados, ensinados exclusivamente pela Escola Bíblica Dominical (EBD) da ICM, e que ações externas, como pregações e assistencialismo, “não funcionam”. No entanto, o pedido por ajuda material contradiz a rejeição a práticas solidárias fora do contexto doutrinário da “Obra”. Além disso:
· A própria instituição não disponibiliza recursos próprios da tesouraria centralizada para atender seus membros em calamidade. A circular deixa claro que a ajuda virá da solidariedade dos próprios membros, por meio de doações diretas.
· A ausência de transparência orçamentária e de um fundo institucional para emergências sociais coloca em xeque o compromisso real da igreja com o bem-estar dos seus membros.
Exemplo comparativo:
Enquanto membros são convocados a contribuir com “vaquinhas” informais via PIX, a igreja promove ações sociais em mídias pagas, como reportagens publicadas em A Tribuna Online:
· Ação social com mais de 500 voluntários e 10 mil atendidos
· Mutirão com médicos e advogados voluntários
Essas ações são usadas como instrumento de marketing institucional, sugerindo preocupação com o social, mas baseiam-se quase sempre no voluntariado dos próprios membros, sem contrapartida da instituição que centraliza os dízimos e ofertas.
3. A Falta de Transparência e o Silenciamento das Necessidades Reais
A circular não informa o valor disponível em caixa da igreja local ou nacional, tampouco menciona qualquer apoio da tesouraria da sede ou do Presbitério. Assim, a responsabilidade moral e financeira recai sobre o povo — já sobrecarregado por contribuições mensais, ofertas, campanhas e projetos.
Entretanto, em EBDs e seminários, a igreja gasta tempo exaltando o número de inscritos em seu canal do YouTube — 1.510.000, segundo Gedelti — como sinal de crescimento e êxito da instituição, sem apresentar números de:
· membros ativos;
· membros beneficiados por assistência social;
· valores gastos em socorro a necessitados.
Além disso, há denúncias internas (inclusive de diáconos) sobre o uso de robôs (bots) para alimentar o sistema de respostas das EBDs com CPFs de membros, manipulando estatísticas de participação — como denunciado em contextos de disputa entre igrejas da ICM nos EUA e Portugal.
4. O Contraste com o Ensino de Jesus
Jesus ensina:
“Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti… para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.” (Mateus 6:2)
A circular termina com o versículo: “Amai-vos cordialmente uns aos outros… (Rm 12:10)”, mas a prática institucional da ICM, sobretudo a partir das falas de Gedelti, contradiz esse amor fraternal quando:
· promove divisão dentro de famílias por causa de desligamentos da instituição;
· proíbe comunhão com ex-membros, inclusive parentes próximos, aplicando de forma isolada textos como 1Co 5:11 (“nem com tais comais”), como documentado no vídeo: Gedelti proíbe comunhão com ex-membros;
· ataca publicamente pastores que deixaram a igreja, como o Pr. Sólon, sua esposa Roseli (canal Maranata Anátema), e o Pr. Anchieta Carvalho (Igreja Reformada de Vila Velha), acusando-os de anátemas e apóstatas, embora o próprio Gedelti tenha saído da Igreja Presbiteriana negando o que antes pregava (cf. vídeos: A verdadeira história da Maranata, Entrevista com Joel Brinco).
5. A Circular como Documento Revelador de Hipocrisia Institucional
A Circular nº 029/25 evidencia:
· Ausência de suporte institucional real, mesmo diante de catástrofes;
· Discurso de fé desvinculado da prática do amor fraterno, que deveria se expressar em atitudes concretas por parte da liderança e da instituição;
· Utilização do sofrimento alheio como instrumento retórico, ao mesmo tempo em que se investe em propagandas pagas para promover uma imagem benevolente;
· Negligência com seus próprios membros, mesmo diante de calamidade pública.
6. Conclusão: Amor ou Marketing?
A Igreja Cristã Maranata, ao solicitar ajuda para uma família em estado de calamidade sem se mobilizar financeiramente como instituição, revela a dissonância entre o discurso espiritual e a prática comunitária real. Sua liderança centralizada, simbolizada por Gedelti Gueiros, prega exclusividade doutrinária, ataque a ex-membros, desconfiança de outras igrejas e ostentação de “resultados” no YouTube, mas falha no básico: cuidar do necessitado do seu próprio meio (cf. Gálatas 6:10; Tiago 2:15-17).
Jesus jamais usou a necessidade humana para promover instituições, mas transformou o sofrimento em sinal de compaixão e prática do Reino. Que os membros da Maranata e outros cristãos reflitam se estão servindo ao Cristo do Evangelho ou apenas colaborando com uma estrutura que usa o nome de Jesus para autopromoção.