
“ÁRVORES FORAM UNGIR UM REI”
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NOSSOS COMENTÁRIOS SOBRE A MENSAGEM DO PASTOR ANTÔNIO CARLOS DE OLIVEIRA, DIA 11/6/2025, EM REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES, NO CANAL DA IGREJA CRISTÃ MARANATA NO YOUTUBE! https://www.youtube.com/watch?v=yVlT51_9OaM
00:00:00 Antonio Carlos Kaká
Estaremos agora lendo e ministrando a palavra do Senhor, palavra que o Senhor tem para nós nesta noite. Está em Juízes, capítulo 9, a partir do verso 8. É um texto um pouco extenso, mas necessário para o seu entendimento.
A palavra do Senhor em Juízes 9, 8 e em diante diz assim:
Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei, e disseram à Oliveira, reina sobre nós. Porém a Oliveira lhes disse, deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, e iria labutar sobre as árvores?
Então disseram as árvores à Figueira: vem tu e reina sobre nós. Porém a figueira lhes disse: deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto, e iria labutar sobre as árvores?
Então disseram as árvores à videira, vem tu e reina sobre nós. Porém a videira lhes disse: deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria labutar sobre as árvores?
Então todas as árvores disseram ao espinheiro: vem tu e reina sobre nós. E disse o espinheiro às árvores: se na verdade me ungis, rei sobre vós, vinde e confiai-vos debaixo da minha sombra, mas se não, saia fogo do espinheiro que consuma os cedros do Líbano.
A palavra desta noite fala a respeito … O nome dela é a parábola de Jotão.
Jotão foi o filho menor de Gideão. Nós não vamos detalhar aqui as batalhas de Gideão, mas sabemos que foi um grande livramento que Deus deu contra os Midianitas.
Depois de toda a batalha vencida, das vitórias que Deus deu, os cidadãos da região onde ele habitava pediram que ele reinasse sobre eles. Afinal de contas, ele foi usado por Deus para esse grande livramento.
Porém, Gideão disse, nem eu nem meus filhos iremos reinar sobre vós. E ele falou isso no entendimento de que quando Deus usa um servo como ele, não somente nas batalhas, mas porque também como profeta, porque afinal de contas Deus falou com ele e a força que ele teve não veio dele próprio, veio de uma operação magnífica da parte de Deus.
Então ele queria dizer que o povo de Israel tendo um profeta é Deus quem reina sobre o povo.
Então ele disse, nem eu nem meus filhos vão reinar sobre vós.
Gideão morava em Ofra, uma cidade da região da tribo de Manassés, e teve 70 filhos. Era comum naquela época um homem ter muitos filhos. E ele teve um filho chamado bastardo, porque ele não era legítimo, numa região próxima, embora que, na possessão de Efraim, na cidade de Siquem, até uma cidade muito importante em Israel, chamado Abimeleque.
Então Abimeleque, diante desta palavra de Gideão, de que nem ele nem seus filhos iriam governar, conversou com o povo de Siquem e disse que não era muito melhor ele, que era parente deles, que reinasse do que os outros filhos de Gideão? E cada um deu alguma parte dos seus tesouros. Estou simplificando a história.
Abimeleque, com ele, ele contratou homens ímpios, matou os filhos de Gideão, porque geralmente as nações, para evitar a concorrência, evitar revoltas futuras, matava todos aqueles que eram seus opositores.
Matou os filhos de Gideão, mas um, o mais novo, escapou, exatamente Jotão.
E Jotão, então, propôs uma parábola, que foi essa que acabamos de ler. As árvores foram ungir um rei, se referindo ao povo de Deus que estava no Espírito. E chamaram a Oliveira, que se escusou, chamaram a figueira que também se escusou, que afinal eles tinham outra forma de servir a Deus, com seus frutos, com os alimentos que eles produziam, né?
Pra se lembrar aqui, o figo é um alimento substancial, a figueira, né? E até a passa de figos, para quem caminha, os viajantes, longas distâncias, é um alimento que se preserva e que funciona como alimento. E tem outra parte, por exemplo, tem a parte medicinal. Ezequias foi curado com a pasta de figos que colocou sobre a chaga.
A oliveira dá azeitona. É um alimento também e produz o azeite.
A videira da o vinho, toda a alimentação em Israel era acompanhada do vinho, que dava um sabor à alimentação e alimentava também. E, aliás, a uva também é um substancial alimento.
Então, todos eles se escusaram e chegaram para o espinheiro. O espinheiro disse, se me ungem como rei, eu vou reinar sobre vós.
Jotão estava se referindo àquilo que Abimeleque fez, que matou todos os filhos, os filhos que eram filhos legítimos, que tinham a obra de Deus comparada a essas árvores frutíferas, e veio alguém estranho usando de meios, dos piores possíveis, assassinou todos os outros irmãos para se fazer rei. E teve um destino trágico, conforme ele também profetizou nessa parábola. Senão sai a fogo do Líbano.
Mas o que nos importa nessa parábola? As árvores frutíferas dão frutos. O espinheiro não dá fruto. Então, a palavra, ela está se referindo aos falsos profetas. Por quê? Porque é exatamente o nosso cuidado. O espinheiro tem várias comparações que se pode fazer, não é?
Por exemplo, vamos falar aqui dos servos legítimos. Vamos dizer, até dos dons espirituais. Quando você se omite, você dá lugar ao espinheiro, o espinheiro se evidencia.
Outra coisa é você alimentar aquilo que o espinheiro representa, as mágoas, as lutas, as amarguras, aí você vai alimentando, esse sentimento vai crescendo dentro de você, outra comparação.
Mas aqui Jotão estava dizendo, na parábola, que aqueles que eram legítimos, que tinham a obra de Deus, que tinham a unção de Deus para governar, não quiseram fazê-lo, porque eles tinham outra função na obra de Deus.
E aquele que não tinha nada, tipo da obra do adversário, que vem para exatamente o que Abimeleque fez, matar, roubar e destruir. Foi exatamente o que ele fez. Ele roubou o que não era dele, matou os legítimos, porque a obra do espinheiro, ela resulta em morte. E para destruir, porque ele causou uma destruição ali dentro de Israel.
O Senhor Jesus fala a respeito dos falsos profetas, porque… O que Jesus quis dizer? A árvore boa dá bons frutos e os frutos são comparados à obra de salvação. É a árvore que gera. O servo que é usado por Deus para gerar frutos.
Os frutos são comparados a novas vidas, né?
Nisto é glorificado o meu Pai, que dês frutos.
A palavra do Senhor Jesus, dizendo que a nossa função é gerar frutos.
O espinheiro não gera frutos, mas ele faz o discurso e sai destruindo tudo que está na frente.
O Senhor Jesus se referindo, ele disse assim… eu estou falando aqui em Mateus 7, 15 a 20:
Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vem até vós vestidos como ovelhas. Parecia que era filho legítimo, né? Mas interiormente são lobos devoradores.
Em seguida ele diz como se vai conhecer. Por seus frutos o conhecereis.
Porventura colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos. É outro tipo de espinheiro. Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz maus frutos. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto, corta-se e lança no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.”
Resumo: quer conhecer a pessoa? Examine os frutos que ela está dando. Vê se a obra que ela está realizando tem salvação, tem operação da parte do Senhor, tem edificação.
Agora, se a obra que ela faz resulta em destruição, essa é a árvore que não dá fruto.
Verifica se ela está dando fruto.
O culto hoje, deixamos essa palavra aqui, porque nós vivemos uma época, porque o Senhor Jesus, no sermão profético, disse que nessa ocasião dos fins dos tempos, levantariam falsos profetas, enganariam a muitos.
Então aqui… como nós vamos saber? O Senhor Jesus disse aqui, comparando também as árvores, como Jotão usou a parábola das árvores, que ungiu um rei.
Para se conhecer, examina a árvore, vê se ela dá bom fruto.
E o culto hoje se dirige também às senhoras. Claro que o culto se dirige a todos, mas é um dia onde as senhoras se reúnem.
E as senhoras muitas vezes são comparadas às igrejas, né?
E elas são usadas, as mães são as que geram e que cuidam. As nossas senhoras são professoras de crianças.
Então nós precisamos cuidar bem, para gerar árvores que deem bons frutos, frutos de bênçãos e frutos de salvação.
Pedimos a Deus que nos abençoe a paz no Senhor.
NOSSOS APONTAMENTOS
ANÁLISE BÍBLICA DA PARÁBOLA DE JOTÃO
Interpretação da parábola de Jotão
A parábola de Jotão denuncia a usurpação do poder e a legitimação da autoridade por meios corruptos e violentos. Nela, as árvores frutíferas recusam reinar, por já servirem com valor — enquanto o espinheiro, estéril e perigoso, aceita governar, mas ameaça com destruição aqueles que não se submeterem à sua sombra (Juízes 9.15).
O uso da parábola por Jotão denuncia:
· usurpação de poder;
· ambição violenta;
· liderança sem legitimidade espiritual.
O Pr. Antônio Carlos inverte essa aplicação, insinuando que os contestadores da liderança da ICM seriam o espinheiro, enquanto os líderes atuais seriam as árvores frutíferas — ainda que ele mesmo pertença à cúpula denunciada por irregularidades e abuso de poder.
Essa interpretação inverte completamente o sentido original do texto bíblico. Na Bíblia, o espinheiro é aquele que destrói, não edifica; usurpa, não é chamado; oprime, não liberta — uma descrição que se encaixa melhor nos denunciados do que nos que clamam por reforma.
A distorção é ainda mais grave quando se recorda que a liderança da ICM atual se consolidou, ela mesma, como um espinheiro em 1967, quando Gedelti Gueiros promoveu o maior cisma da história da IPVV — uma ruptura provocada por ambição de poder, doutrina estranha e imposição autoritária, exatamente como Abimeleque na história de Jotão.
O PARADOXO HISTÓRICO: GEDELTI COMO O ESPINHEIRO ORIGINAL
O livro “Igreja Presbiteriana de Vila Velha – 50 anos de história”, de Joel Ribeiro Brinco, relata com riqueza de detalhes que:
· Gedelti, então presbítero e não pastor, tentou manipular eleições e influenciar o Conselho da IPVV para eleger seu irmão Jedaias como pastor;
· Diante da derrota nas eleições (1965), iniciou um movimento cismático e clandestino, promovendo doutrinas carismáticas proibidas pela IPB;
· Fundou sua própria igreja, inicialmente chamada Igreja Cristã Presbiteriana, depois Igreja Cristã Maranata, usando o patrimônio e a influência institucional da Igreja Presbiteriana enquanto organizava um movimento que arrastou a metade dos membros da IPVV para sua própria igreja;
· Utilizou pregadores externos e financiamentos paralelos, enfraquecendo e desrespeitando o governo presbiteriano legítimo;
· O próprio sogro de Gedelti integrava a comissão da IPB que investigava o caso, evidenciando conflito de interesses.
Portanto, se alguém deve ser associado ao espinheiro de Jotão, à luz da história, é o próprio fundador da Maranata, que ascendeu ao poder não por chamado legítimo, mas por articulação, divisão e imposição.
O QUE SÃO “FRUTOS”, SEGUNDO JESUS E PAULO?
O pastor afirma que os frutos se identificam com “obras de salvação, operação do Senhor, edificação, número de pessoas”, etc.
Mas em Mateus 7:15-20, os “frutos” não se referem a realizações numéricas, mas ao caráter e às ações éticas do profeta:
“Acautelai-vos dos falsos profetas… pelos seus frutos os conhecereis.”
Fruto bom = vida íntegra;
Fruto mau = hipocrisia, exploração, corrupção.
Em Gálatas 5:22-23, Paulo define o “fruto do Espírito” como:
Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e domínio próprio.
Conclusão bíblica:
A legitimação espiritual não se mede por templos construídos, número de membros ou liturgias padronizadas — mas pelo caráter do líder, sua coerência com o evangelho, e seu respeito à verdade e à justiça.
AVALIAÇÃO MORAL E ÉTICA
A mensagem do Pr. Antônio Carlos, diante de um movimento legítimo de reforma, funciona como um discurso de contra-ataque simbólico, insinuando que os críticos da liderança (espinheiro) são falsos profetas, revoltados e destruidores da Obra.
a) Quem são os falsos profetas hoje?
Jesus disse que falsos profetas são lobos disfarçados (Mt 7:15), que se alimentam do rebanho, dominam pelo medo e se exaltam.
O Pr. Antônio Carlos – Ironia moral:
O próprio pastor foi citado em denúncia do Ministério Público como parte de um esquema de desvio de dízimos — como registrado no canal TV Maanaim (https://www.youtube.com/watch?v=1zCHNaK-xAY).
No programa Conversas Bíblicas da Igreja Cristã Maranata (18/08/2022 – https://www.youtube.com/watch?v=Y_VNMDwLYCc), o Pr. Antonio Carlos defendeu que não se deve prestar contas dos dízimos, usou a história da viúva pobre para dizer que os líderes religiosos não devem responder a ninguém. Disse que, como a viúva do templo, os membros não precisam saber para onde vai o dízimo;
Isso é teologicamente irresponsável e moralmente inaceitável:
· A viúva confiou em Deus — não em uma liderança isenta de fiscalização.
· Jesus denunciou os corruptos do templo, não os blindou.
A igreja deve dar exemplo de transparência, prestação de contas e justiça. Usar a Escritura para justificar o sigilo é abuso espiritual.
Enfim, o Pastor Antonio Carlos de Oliveira utiliza o púlpito, hoje, para atacar os que denunciam os mesmos abusos que foram observados no passado da história da Igreja Cristã Maranata.
b) Moralidade seletiva e inversão simbólica
· Quem pede reforma e arrependimento é retratado como “espinheiro”;
· Quem usurpou, desviou, enganou e se impôs como “ungido”.
CONTEXTO RELIGIOSO – ICM EM CRISE
A pregação do Pr. Antônio Carlos não é neutra. Ela vem como resposta simbólica ao movimento de reforma que, com base bíblica e jurídica, tem denunciado:
· A centralização de poder em torno de Gedelti Gueiros;
· O culto à personalidade;
· A ausência de prestação de contas;
· O assédio a dissidentes e críticos.
O uso da parábola de Jotão neste contexto é estratégico e manipulador, pois inverte a crítica bíblica ao espinheiro e tenta reforçar a imagem da liderança como ungida, sem reconhecer suas falhas éticas, morais e espirituais.
CONCLUSÃO: A VERDADE SEGUNDO JOTÃO
A parábola de Jotão não é contra os reformadores. É contra os Abimeleques: os espinheiros que tomam o poder à força, queimam os cedros e dizem ser enviados por Deus.
A história da fundação da ICM é uma história de cisma, vaidade, manipulação e usurpação — fatos registrados não por inimigos, mas por pastores presbiterianos, presbíteros, conselhos e atas oficiais da época.
A ironia final é inevitável: hoje, quem herdou o trono do espinheiro ataca os que apontam os espinhos.
A mensagem do Pr. Antônio Carlos representa uma instrumentalização do púlpito para defender a estrutura de poder, não o evangelho.
Ao reinterpretar a parábola de Jotão, ele protege os que detêm o poder institucional (a cúpula da ICM) e demoniza os que clamam por reforma — mesmo que esses estejam fazendo exatamente o que Jotão fez: denunciar a corrupção e a violência institucional.
Essa postura:
· Distorce o texto bíblico;
· Confunde ovelhas sinceras;
· Desrespeita a memória de Jotão e o ensino de Jesus;
· Fere os princípios da ética cristã e pastoral.
Nota do Celeiros.net:
Este artigo apresenta a transcrição e análise crítica da mensagem pregada pelo Pr. Antônio Carlos no culto da Igreja Cristã Maranata em 11/6/2025.
A crítica aqui exposta se baseia em análise bíblica, registro histórico (livro Igreja Presbiteriana de Vila Velha – 50 anos de história) e princípios éticos cristãos.
O conteúdo é opinativo, protegido constitucionalmente (art. 5º, IV, IX e XIV da CF/88), e busca promover reflexão e debate sobre o uso indevido das Escrituras para manutenção de estruturas de poder questionáveis.
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